Crítica

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Crimes do Futuro: A reflexão de Cronenberg sobre o humano do futuro

15/7/2022

Retratando um mundo onde humanos sofrem mutações frequentes e não sentem dor, Cronenberg traz um retrato pouco amistoso do futuro e convida a uma reflexão pesada sobre o caminho de nossa raça.

escrito por
Luis Henrique Franco

Retratando um mundo onde humanos sofrem mutações frequentes e não sentem dor, Cronenberg traz um retrato pouco amistoso do futuro e convida a uma reflexão pesada sobre o caminho de nossa raça.

escrito por
Luis Henrique Franco
15/7/2022

Crimes do Futuro marca o retorno de David Cronenberg ao gênero da ficção científica, onde ele primeiro construiu o seu renome. De volta às suas origens, o diretor também não pôde deixar de trazer seus traços característicos: um visual bastante aterrador, momentos de natureza "gore" e visceral e uma ideia insana que assume proporções ainda mais espantosas nas suas mãos. Olhando para a sociedade atual e imaginando o seu futuro a partir dela, Cronenberg tece um panorama nada positivo sobre o destino das relações humanas.

O princípio básico desse futuro é que as pessoas deixaram de sentir dor, o que as tornou inconsequentes para suas ações e dispostas a assumir riscos que antes seriam evitados a todo custo. Assim, cirurgias são realizadas por qualquer um como uma forma de prazer, e o objetivo da arte e da moda e expor dilacerações humanas como uma forma de modificar os corpos ao extremo. Certos indivíduos inclusive passam por processos para criar novos órgãos em seus corpos ou removê-los, e vários apresentam tais cirurgias ao público como uma forma de arte. É o caso de Saul Tenser (Viggo Mortensen), um artista atormentado por nódulos que crescem constantemente dentro de seu corpo, e sua companheira de performances Caprice (Léa Seydoux), que realiza as cirurgias em Tenser ao vivo para todo um público assistir.

Saul (Mortensen) e Caprice (Seydoux) se preparam para uma de suas performances.

O futuro de Cronenberg não é oculto ou sutil, se apresentando ao público da maneira como o diretor deseja mostrá-lo: fétido, podre, sombrio e melancólico. A construção de cena destaca sempre ambientes envelhecidos e sujos, casas velhas com paredes destruídas e pichadas, locais escuros, ambientes tomados por lixo e veículos enferrujados. Até mesmo o maquinário apresenta características rústicas e sujas, com seu design extremamente semelhante a ossos e seres vivos (design que claramente traz uma inspiração nos trabalhos de H.R. Giger). Sua ideia de futuro é a de desgaste, não de inovação. Desgaste do mundo e dos próprios humanos. Nesse mundo onde a dor é uma banalidade inexistente e toda a arte se volta para o corte do físico, o trabalho de Saul e Caprice consiste basicamente em ela arrancar, ao vivo e para uma plateia, os novos órgãos até então nunca vistos que crescem no corpo dele e apresentá-los pela primeira vez ao público. Seu conflito inicial é justamente encontrar novas formas de expor uma arte que se mantenha nova e atrativa, ao mesmo tempo em que transmite a mensagem que eles desejam passar.

Saul e Caprice dividem um momento íntimo.

Mas mesmo nesse cenário grotesco, o diretor ressalta a diferença de seus protagonistas com relação ao resto da sociedade. Vendo os nódulos como uma ameaça que podem destruir seu corpo, Saul realiza constantes cirurgias e as expõe como arte não apenas para chocar o público, mas como uma forma de protestar contra o que seria "o desejo de seu próprio corpo de destruí-lo". Essa luta contra uma mudança "não-natural" expõe uma visão interessante de mundo, que o filme explora a fundo: A ideia de que, mesmo nesse futuro, ainda existe uma ideia do que seria a normalidade, e que se baseia muito mais no que as pessoas querem que você acredite do que no que de fato é natural. Trabalhando ao lado de um investigador para localizar grupos que desejam ultrapassar esses limites da normalidade, Saul é atormentado por sonhos em que sente uma dor psíquica e emocional, mesmo que não física, e a insistência em se livrar das mudanças de seu corpo lhe causam sofrimento e desgaste, mas ele se mantém convencido de que o melhor é se livrar dos nódulos e não deixá-los crescer. E a situação se torna ainda mais drástica quando Saul é visitado por um estranho homem (Scott Speedman), que lhe propõe o ousado trabalho de uma autópsia em um indivíduo que, segundo ele, possuiria características que indicariam um novo estágio da evolução humana.

Viggo Mortensen como Saul, caminhando pela rua trajando um capuz preto.

No centro desse conflito, o filme narra uma história sobre a evolução humana e como seus caminhos não podem ser controlados. Apresentando um grupo de pessoas com um sistema digestório único, Cronenberg estabelece um conflito para Saul, entre investigar e denunciar o grupo para as autoridades responsáveis ou entender as mudanças de seu próprio corpo. Longe de serem sutis, os pontos de reflexão do filme são bastante escancarados, mas seus argumentos são do tipo que permanecem na cabeça do público por um longo tempo. Da visão sobre as relações humanas até o papel da arte, passando pela vulgarização do choque, o hedonismo da sociedade e um comentário ambiental interessante e desconfortável, o filme consegue trabalhar diversas temáticas de uma forma que se torna realmente provocativo para o espectador. Somando-se a isso as atuações fortes de Mortensen, Seydoux e Kristen Stewart, que interpreta uma agente do serviço de Registro de Órgãos, Crimes do Futuro é uma experiência que nem sempre é prazerosa, mas que certamente deixa uma marca.

Caprice e Timlin (Kristen Stewart) dentro do Registro Nacional de Órgãos.

Como em seus grandes clássicos dos Anos 70 e 80, Cronenberg usa uma fachada de efeitos visuais práticos e virtuais para compor criaturas grotescas e momentos indigestos como uma forma de provocar nossos sentidos ao extremo, provocando um desconforto no público de maneira e forçá-lo a identificar os problemas que se escondem por traz dessa camada grotesca, criando uma obra que traz um olhar macabro sobre um futuro onde, de tão afetados por essa indiferença com o que nos circunda e imersos no espetáculo da constante superação do extremo e do absurdo, deixamos de dar atenção ao que existe no nosso interior e tememos as mudanças que se apresentam, tanto físicas como emocionais e psíquicas.

Crimes do Futuro já está disponível nos cinemas brasileiros e deve chegar à plataforma de streaming da MUBI no dia 29 de julho.

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Crimes do Futuro

Crimes do Futuro

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
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Retratando um mundo onde humanos sofrem mutações frequentes e não sentem dor, Cronenberg traz um retrato pouco amistoso do futuro e convida a uma reflexão pesada sobre o caminho de nossa raça.

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Luis Henrique Franco
15/7/2022

Crimes do Futuro marca o retorno de David Cronenberg ao gênero da ficção científica, onde ele primeiro construiu o seu renome. De volta às suas origens, o diretor também não pôde deixar de trazer seus traços característicos: um visual bastante aterrador, momentos de natureza "gore" e visceral e uma ideia insana que assume proporções ainda mais espantosas nas suas mãos. Olhando para a sociedade atual e imaginando o seu futuro a partir dela, Cronenberg tece um panorama nada positivo sobre o destino das relações humanas.

O princípio básico desse futuro é que as pessoas deixaram de sentir dor, o que as tornou inconsequentes para suas ações e dispostas a assumir riscos que antes seriam evitados a todo custo. Assim, cirurgias são realizadas por qualquer um como uma forma de prazer, e o objetivo da arte e da moda e expor dilacerações humanas como uma forma de modificar os corpos ao extremo. Certos indivíduos inclusive passam por processos para criar novos órgãos em seus corpos ou removê-los, e vários apresentam tais cirurgias ao público como uma forma de arte. É o caso de Saul Tenser (Viggo Mortensen), um artista atormentado por nódulos que crescem constantemente dentro de seu corpo, e sua companheira de performances Caprice (Léa Seydoux), que realiza as cirurgias em Tenser ao vivo para todo um público assistir.

Saul (Mortensen) e Caprice (Seydoux) se preparam para uma de suas performances.

O futuro de Cronenberg não é oculto ou sutil, se apresentando ao público da maneira como o diretor deseja mostrá-lo: fétido, podre, sombrio e melancólico. A construção de cena destaca sempre ambientes envelhecidos e sujos, casas velhas com paredes destruídas e pichadas, locais escuros, ambientes tomados por lixo e veículos enferrujados. Até mesmo o maquinário apresenta características rústicas e sujas, com seu design extremamente semelhante a ossos e seres vivos (design que claramente traz uma inspiração nos trabalhos de H.R. Giger). Sua ideia de futuro é a de desgaste, não de inovação. Desgaste do mundo e dos próprios humanos. Nesse mundo onde a dor é uma banalidade inexistente e toda a arte se volta para o corte do físico, o trabalho de Saul e Caprice consiste basicamente em ela arrancar, ao vivo e para uma plateia, os novos órgãos até então nunca vistos que crescem no corpo dele e apresentá-los pela primeira vez ao público. Seu conflito inicial é justamente encontrar novas formas de expor uma arte que se mantenha nova e atrativa, ao mesmo tempo em que transmite a mensagem que eles desejam passar.

Saul e Caprice dividem um momento íntimo.

Mas mesmo nesse cenário grotesco, o diretor ressalta a diferença de seus protagonistas com relação ao resto da sociedade. Vendo os nódulos como uma ameaça que podem destruir seu corpo, Saul realiza constantes cirurgias e as expõe como arte não apenas para chocar o público, mas como uma forma de protestar contra o que seria "o desejo de seu próprio corpo de destruí-lo". Essa luta contra uma mudança "não-natural" expõe uma visão interessante de mundo, que o filme explora a fundo: A ideia de que, mesmo nesse futuro, ainda existe uma ideia do que seria a normalidade, e que se baseia muito mais no que as pessoas querem que você acredite do que no que de fato é natural. Trabalhando ao lado de um investigador para localizar grupos que desejam ultrapassar esses limites da normalidade, Saul é atormentado por sonhos em que sente uma dor psíquica e emocional, mesmo que não física, e a insistência em se livrar das mudanças de seu corpo lhe causam sofrimento e desgaste, mas ele se mantém convencido de que o melhor é se livrar dos nódulos e não deixá-los crescer. E a situação se torna ainda mais drástica quando Saul é visitado por um estranho homem (Scott Speedman), que lhe propõe o ousado trabalho de uma autópsia em um indivíduo que, segundo ele, possuiria características que indicariam um novo estágio da evolução humana.

Viggo Mortensen como Saul, caminhando pela rua trajando um capuz preto.

No centro desse conflito, o filme narra uma história sobre a evolução humana e como seus caminhos não podem ser controlados. Apresentando um grupo de pessoas com um sistema digestório único, Cronenberg estabelece um conflito para Saul, entre investigar e denunciar o grupo para as autoridades responsáveis ou entender as mudanças de seu próprio corpo. Longe de serem sutis, os pontos de reflexão do filme são bastante escancarados, mas seus argumentos são do tipo que permanecem na cabeça do público por um longo tempo. Da visão sobre as relações humanas até o papel da arte, passando pela vulgarização do choque, o hedonismo da sociedade e um comentário ambiental interessante e desconfortável, o filme consegue trabalhar diversas temáticas de uma forma que se torna realmente provocativo para o espectador. Somando-se a isso as atuações fortes de Mortensen, Seydoux e Kristen Stewart, que interpreta uma agente do serviço de Registro de Órgãos, Crimes do Futuro é uma experiência que nem sempre é prazerosa, mas que certamente deixa uma marca.

Caprice e Timlin (Kristen Stewart) dentro do Registro Nacional de Órgãos.

Como em seus grandes clássicos dos Anos 70 e 80, Cronenberg usa uma fachada de efeitos visuais práticos e virtuais para compor criaturas grotescas e momentos indigestos como uma forma de provocar nossos sentidos ao extremo, provocando um desconforto no público de maneira e forçá-lo a identificar os problemas que se escondem por traz dessa camada grotesca, criando uma obra que traz um olhar macabro sobre um futuro onde, de tão afetados por essa indiferença com o que nos circunda e imersos no espetáculo da constante superação do extremo e do absurdo, deixamos de dar atenção ao que existe no nosso interior e tememos as mudanças que se apresentam, tanto físicas como emocionais e psíquicas.

Crimes do Futuro já está disponível nos cinemas brasileiros e deve chegar à plataforma de streaming da MUBI no dia 29 de julho.

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Retratando um mundo onde humanos sofrem mutações frequentes e não sentem dor, Cronenberg traz um retrato pouco amistoso do futuro e convida a uma reflexão pesada sobre o caminho de nossa raça.

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Luis Henrique Franco
15/7/2022
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Retratando um mundo onde humanos sofrem mutações frequentes e não sentem dor, Cronenberg traz um retrato pouco amistoso do futuro e convida a uma reflexão pesada sobre o caminho de nossa raça.

escrito por
Luis Henrique Franco
15/7/2022

Crimes do Futuro marca o retorno de David Cronenberg ao gênero da ficção científica, onde ele primeiro construiu o seu renome. De volta às suas origens, o diretor também não pôde deixar de trazer seus traços característicos: um visual bastante aterrador, momentos de natureza "gore" e visceral e uma ideia insana que assume proporções ainda mais espantosas nas suas mãos. Olhando para a sociedade atual e imaginando o seu futuro a partir dela, Cronenberg tece um panorama nada positivo sobre o destino das relações humanas.

O princípio básico desse futuro é que as pessoas deixaram de sentir dor, o que as tornou inconsequentes para suas ações e dispostas a assumir riscos que antes seriam evitados a todo custo. Assim, cirurgias são realizadas por qualquer um como uma forma de prazer, e o objetivo da arte e da moda e expor dilacerações humanas como uma forma de modificar os corpos ao extremo. Certos indivíduos inclusive passam por processos para criar novos órgãos em seus corpos ou removê-los, e vários apresentam tais cirurgias ao público como uma forma de arte. É o caso de Saul Tenser (Viggo Mortensen), um artista atormentado por nódulos que crescem constantemente dentro de seu corpo, e sua companheira de performances Caprice (Léa Seydoux), que realiza as cirurgias em Tenser ao vivo para todo um público assistir.

Saul (Mortensen) e Caprice (Seydoux) se preparam para uma de suas performances.

O futuro de Cronenberg não é oculto ou sutil, se apresentando ao público da maneira como o diretor deseja mostrá-lo: fétido, podre, sombrio e melancólico. A construção de cena destaca sempre ambientes envelhecidos e sujos, casas velhas com paredes destruídas e pichadas, locais escuros, ambientes tomados por lixo e veículos enferrujados. Até mesmo o maquinário apresenta características rústicas e sujas, com seu design extremamente semelhante a ossos e seres vivos (design que claramente traz uma inspiração nos trabalhos de H.R. Giger). Sua ideia de futuro é a de desgaste, não de inovação. Desgaste do mundo e dos próprios humanos. Nesse mundo onde a dor é uma banalidade inexistente e toda a arte se volta para o corte do físico, o trabalho de Saul e Caprice consiste basicamente em ela arrancar, ao vivo e para uma plateia, os novos órgãos até então nunca vistos que crescem no corpo dele e apresentá-los pela primeira vez ao público. Seu conflito inicial é justamente encontrar novas formas de expor uma arte que se mantenha nova e atrativa, ao mesmo tempo em que transmite a mensagem que eles desejam passar.

Saul e Caprice dividem um momento íntimo.

Mas mesmo nesse cenário grotesco, o diretor ressalta a diferença de seus protagonistas com relação ao resto da sociedade. Vendo os nódulos como uma ameaça que podem destruir seu corpo, Saul realiza constantes cirurgias e as expõe como arte não apenas para chocar o público, mas como uma forma de protestar contra o que seria "o desejo de seu próprio corpo de destruí-lo". Essa luta contra uma mudança "não-natural" expõe uma visão interessante de mundo, que o filme explora a fundo: A ideia de que, mesmo nesse futuro, ainda existe uma ideia do que seria a normalidade, e que se baseia muito mais no que as pessoas querem que você acredite do que no que de fato é natural. Trabalhando ao lado de um investigador para localizar grupos que desejam ultrapassar esses limites da normalidade, Saul é atormentado por sonhos em que sente uma dor psíquica e emocional, mesmo que não física, e a insistência em se livrar das mudanças de seu corpo lhe causam sofrimento e desgaste, mas ele se mantém convencido de que o melhor é se livrar dos nódulos e não deixá-los crescer. E a situação se torna ainda mais drástica quando Saul é visitado por um estranho homem (Scott Speedman), que lhe propõe o ousado trabalho de uma autópsia em um indivíduo que, segundo ele, possuiria características que indicariam um novo estágio da evolução humana.

Viggo Mortensen como Saul, caminhando pela rua trajando um capuz preto.

No centro desse conflito, o filme narra uma história sobre a evolução humana e como seus caminhos não podem ser controlados. Apresentando um grupo de pessoas com um sistema digestório único, Cronenberg estabelece um conflito para Saul, entre investigar e denunciar o grupo para as autoridades responsáveis ou entender as mudanças de seu próprio corpo. Longe de serem sutis, os pontos de reflexão do filme são bastante escancarados, mas seus argumentos são do tipo que permanecem na cabeça do público por um longo tempo. Da visão sobre as relações humanas até o papel da arte, passando pela vulgarização do choque, o hedonismo da sociedade e um comentário ambiental interessante e desconfortável, o filme consegue trabalhar diversas temáticas de uma forma que se torna realmente provocativo para o espectador. Somando-se a isso as atuações fortes de Mortensen, Seydoux e Kristen Stewart, que interpreta uma agente do serviço de Registro de Órgãos, Crimes do Futuro é uma experiência que nem sempre é prazerosa, mas que certamente deixa uma marca.

Caprice e Timlin (Kristen Stewart) dentro do Registro Nacional de Órgãos.

Como em seus grandes clássicos dos Anos 70 e 80, Cronenberg usa uma fachada de efeitos visuais práticos e virtuais para compor criaturas grotescas e momentos indigestos como uma forma de provocar nossos sentidos ao extremo, provocando um desconforto no público de maneira e forçá-lo a identificar os problemas que se escondem por traz dessa camada grotesca, criando uma obra que traz um olhar macabro sobre um futuro onde, de tão afetados por essa indiferença com o que nos circunda e imersos no espetáculo da constante superação do extremo e do absurdo, deixamos de dar atenção ao que existe no nosso interior e tememos as mudanças que se apresentam, tanto físicas como emocionais e psíquicas.

Crimes do Futuro já está disponível nos cinemas brasileiros e deve chegar à plataforma de streaming da MUBI no dia 29 de julho.

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