Crítica

Crítica

Jolt: Não tão explosivo quanto a premissa sugere

23/7/2021

Apesar de ter uma boa proposta, Jolt não entrega tudo o que promete, deixando o espectador com uma sensação de algo faltando e um sentimento de insatisfação.

escrito por
Luis Henrique Franco

Apesar de ter uma boa proposta, Jolt não entrega tudo o que promete, deixando o espectador com uma sensação de algo faltando e um sentimento de insatisfação.

escrito por
Luis Henrique Franco
23/7/2021

Jolt é o mais novo filme de ação do Amazon Prime Video. Estrelando Kate Beckinsale no papel principal, a trama conta a história de Lindy, uma mulher que viveu a vida inteira com uma condição raríssima: toda vez que fica irritada, ela desenvolve um impulso violento e assassino, que a leva a cometer atos extremamente agressivos. Tendo passado a vida inteira se controlando para evitar atrocidades, ela acaba se apaixonando por um contador, Justin (Jai Courtney), e desenvolve uma relação com ele. No entanto, Justin é assassinado, levando-a a liberar seu instinto fatal em uma grande busca por vingança.

Kate Bckinsale em cena de ação do filme Jolt.

Com base apenas na premissa, Jolt poderia atrair inúmeros fãs de uma ação intensa, prometendo grandes cenas de luta e, para aqueles que gostam desse tipo de coisa, um grande uso da violência. A ideia de uma pessoa com um impulso tão agressivo que pode levá-la a cometer a assassinatos se não for controlado abre muitas possibilidades de eventos realmente explosivos que dariam ao público uma dose poderosa de adrenalina. Mas, infelizmente, não é isso que o filme oferece. Existe certamente uma tensão criada pela necessidade de Lindy de controlar seus impulsos, e a atuação de Beckinsale realmente vende a ideia de que essa explosão seria uma ameaça seríssima. Mas quando as cenas de ação realmente ocorrem, temos coreografias clichês e sem esse toque a mais que nos é prometido durante toda a trama.

A verdade é que o filme parece tão preocupado em criar uma personagem transtornada pela necessidade de se controlar a todo o momento que se esquece de liberar tudo o que promete. Do ponto de vista do drama, a construção de Lindy é extremamente bem-feita, e o público realmente compra o seu transtorno. No entanto, a personagem é segurada pelo roteiro durante tempo demais, e mesmo quando é liberta, parece que ainda há alguma coisa a prendendo e que nunca a deixa atingir o seu verdadeiro potencial. Seja por um acanhamento da equipe de produção ou por uma necessidade de manter uma classificação indicativa baixa, a violência no filme é contida ao ponto de se tornar nocivo para a trama.

Kate Beckinsale enfrenta problemas em cena do filme Jolt.

Diante disso, Jolt ainda tenta contornar a situação criando cenas de perseguição e de suspense, acompanhadas de alguns momentos mais cômicos. Novamente, a atuação de Beckinsale ajuda muito nessa situação, dando à sua personagem uma personalidade sarcástica e constantemente sem paciência que cria momentos engraçados. No restante, entretanto, o filme tropeça em vários clichês. O mais irritante deles é certamente o da dupla de policiais incompetentes (Bobby Cannavale e Laverne Cox), que estão sempre atrás de Lindy e sempre são superados em inteligência e em habilidade por ela. Em alguns momentos, no entanto, essa superação não é um mérito da protagonista, mas a consequência de sua estupidez.

Ironicamente, para um filme que obviamente tente se vender a partir de suas cenas de ação, é justamente nos momentos mais dramáticos e de atenção aos personagens que ele parece extrair suas melhores cenas. As conversas de Lindy com seu terapeuta (Stanley Tucci, em mais uma atuação boa demais para o filme em que está) são ótimas para construir e aprofundar sua personalidade e explorar seus medos que servirão como seu conflito interno principal. E a própria atuação de Tucci como o terapeuta que tenta ajudá-la ao mesmo tempo em que explora o potencial do mecanismo de controle usado por ela, uma série de fios ligados a um botão e que dão choque no corpo inteiro dela toda vez que ela precisa controlar o impulso, é extraordinária. Esse é sem dúvida um ator que merece maior reconhecimento.

Stanley Tucci, interpretando o papel do psiquiatra em Jolt.

No geral, Jolt não oferece muita coisa fora do básico de muitos filmes de ação e de vingança. E não faz feio com o que oferece, mas também não sai muito da fórmula. E este é o seu maior problema, pois havia muito potencial para transformar essa produção em um filme realmente interessante e com algo inovador, ao mesmo tempo em que conquistaria os fãs do gênero com o bom uso de violência e de cenas de luta brutais. Nesse caso, porém, a contenção foi o tiro que saiu pela culatra dessa produção.

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Jolt: Fúria Fatal

Jolt: Fúria Fatal

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
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Apesar de ter uma boa proposta, Jolt não entrega tudo o que promete, deixando o espectador com uma sensação de algo faltando e um sentimento de insatisfação.

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Luis Henrique Franco
23/7/2021

Jolt é o mais novo filme de ação do Amazon Prime Video. Estrelando Kate Beckinsale no papel principal, a trama conta a história de Lindy, uma mulher que viveu a vida inteira com uma condição raríssima: toda vez que fica irritada, ela desenvolve um impulso violento e assassino, que a leva a cometer atos extremamente agressivos. Tendo passado a vida inteira se controlando para evitar atrocidades, ela acaba se apaixonando por um contador, Justin (Jai Courtney), e desenvolve uma relação com ele. No entanto, Justin é assassinado, levando-a a liberar seu instinto fatal em uma grande busca por vingança.

Kate Bckinsale em cena de ação do filme Jolt.

Com base apenas na premissa, Jolt poderia atrair inúmeros fãs de uma ação intensa, prometendo grandes cenas de luta e, para aqueles que gostam desse tipo de coisa, um grande uso da violência. A ideia de uma pessoa com um impulso tão agressivo que pode levá-la a cometer a assassinatos se não for controlado abre muitas possibilidades de eventos realmente explosivos que dariam ao público uma dose poderosa de adrenalina. Mas, infelizmente, não é isso que o filme oferece. Existe certamente uma tensão criada pela necessidade de Lindy de controlar seus impulsos, e a atuação de Beckinsale realmente vende a ideia de que essa explosão seria uma ameaça seríssima. Mas quando as cenas de ação realmente ocorrem, temos coreografias clichês e sem esse toque a mais que nos é prometido durante toda a trama.

A verdade é que o filme parece tão preocupado em criar uma personagem transtornada pela necessidade de se controlar a todo o momento que se esquece de liberar tudo o que promete. Do ponto de vista do drama, a construção de Lindy é extremamente bem-feita, e o público realmente compra o seu transtorno. No entanto, a personagem é segurada pelo roteiro durante tempo demais, e mesmo quando é liberta, parece que ainda há alguma coisa a prendendo e que nunca a deixa atingir o seu verdadeiro potencial. Seja por um acanhamento da equipe de produção ou por uma necessidade de manter uma classificação indicativa baixa, a violência no filme é contida ao ponto de se tornar nocivo para a trama.

Kate Beckinsale enfrenta problemas em cena do filme Jolt.

Diante disso, Jolt ainda tenta contornar a situação criando cenas de perseguição e de suspense, acompanhadas de alguns momentos mais cômicos. Novamente, a atuação de Beckinsale ajuda muito nessa situação, dando à sua personagem uma personalidade sarcástica e constantemente sem paciência que cria momentos engraçados. No restante, entretanto, o filme tropeça em vários clichês. O mais irritante deles é certamente o da dupla de policiais incompetentes (Bobby Cannavale e Laverne Cox), que estão sempre atrás de Lindy e sempre são superados em inteligência e em habilidade por ela. Em alguns momentos, no entanto, essa superação não é um mérito da protagonista, mas a consequência de sua estupidez.

Ironicamente, para um filme que obviamente tente se vender a partir de suas cenas de ação, é justamente nos momentos mais dramáticos e de atenção aos personagens que ele parece extrair suas melhores cenas. As conversas de Lindy com seu terapeuta (Stanley Tucci, em mais uma atuação boa demais para o filme em que está) são ótimas para construir e aprofundar sua personalidade e explorar seus medos que servirão como seu conflito interno principal. E a própria atuação de Tucci como o terapeuta que tenta ajudá-la ao mesmo tempo em que explora o potencial do mecanismo de controle usado por ela, uma série de fios ligados a um botão e que dão choque no corpo inteiro dela toda vez que ela precisa controlar o impulso, é extraordinária. Esse é sem dúvida um ator que merece maior reconhecimento.

Stanley Tucci, interpretando o papel do psiquiatra em Jolt.

No geral, Jolt não oferece muita coisa fora do básico de muitos filmes de ação e de vingança. E não faz feio com o que oferece, mas também não sai muito da fórmula. E este é o seu maior problema, pois havia muito potencial para transformar essa produção em um filme realmente interessante e com algo inovador, ao mesmo tempo em que conquistaria os fãs do gênero com o bom uso de violência e de cenas de luta brutais. Nesse caso, porém, a contenção foi o tiro que saiu pela culatra dessa produção.

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Apesar de ter uma boa proposta, Jolt não entrega tudo o que promete, deixando o espectador com uma sensação de algo faltando e um sentimento de insatisfação.

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Luis Henrique Franco
23/7/2021
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Apesar de ter uma boa proposta, Jolt não entrega tudo o que promete, deixando o espectador com uma sensação de algo faltando e um sentimento de insatisfação.

escrito por
Luis Henrique Franco
23/7/2021

Jolt é o mais novo filme de ação do Amazon Prime Video. Estrelando Kate Beckinsale no papel principal, a trama conta a história de Lindy, uma mulher que viveu a vida inteira com uma condição raríssima: toda vez que fica irritada, ela desenvolve um impulso violento e assassino, que a leva a cometer atos extremamente agressivos. Tendo passado a vida inteira se controlando para evitar atrocidades, ela acaba se apaixonando por um contador, Justin (Jai Courtney), e desenvolve uma relação com ele. No entanto, Justin é assassinado, levando-a a liberar seu instinto fatal em uma grande busca por vingança.

Kate Bckinsale em cena de ação do filme Jolt.

Com base apenas na premissa, Jolt poderia atrair inúmeros fãs de uma ação intensa, prometendo grandes cenas de luta e, para aqueles que gostam desse tipo de coisa, um grande uso da violência. A ideia de uma pessoa com um impulso tão agressivo que pode levá-la a cometer a assassinatos se não for controlado abre muitas possibilidades de eventos realmente explosivos que dariam ao público uma dose poderosa de adrenalina. Mas, infelizmente, não é isso que o filme oferece. Existe certamente uma tensão criada pela necessidade de Lindy de controlar seus impulsos, e a atuação de Beckinsale realmente vende a ideia de que essa explosão seria uma ameaça seríssima. Mas quando as cenas de ação realmente ocorrem, temos coreografias clichês e sem esse toque a mais que nos é prometido durante toda a trama.

A verdade é que o filme parece tão preocupado em criar uma personagem transtornada pela necessidade de se controlar a todo o momento que se esquece de liberar tudo o que promete. Do ponto de vista do drama, a construção de Lindy é extremamente bem-feita, e o público realmente compra o seu transtorno. No entanto, a personagem é segurada pelo roteiro durante tempo demais, e mesmo quando é liberta, parece que ainda há alguma coisa a prendendo e que nunca a deixa atingir o seu verdadeiro potencial. Seja por um acanhamento da equipe de produção ou por uma necessidade de manter uma classificação indicativa baixa, a violência no filme é contida ao ponto de se tornar nocivo para a trama.

Kate Beckinsale enfrenta problemas em cena do filme Jolt.

Diante disso, Jolt ainda tenta contornar a situação criando cenas de perseguição e de suspense, acompanhadas de alguns momentos mais cômicos. Novamente, a atuação de Beckinsale ajuda muito nessa situação, dando à sua personagem uma personalidade sarcástica e constantemente sem paciência que cria momentos engraçados. No restante, entretanto, o filme tropeça em vários clichês. O mais irritante deles é certamente o da dupla de policiais incompetentes (Bobby Cannavale e Laverne Cox), que estão sempre atrás de Lindy e sempre são superados em inteligência e em habilidade por ela. Em alguns momentos, no entanto, essa superação não é um mérito da protagonista, mas a consequência de sua estupidez.

Ironicamente, para um filme que obviamente tente se vender a partir de suas cenas de ação, é justamente nos momentos mais dramáticos e de atenção aos personagens que ele parece extrair suas melhores cenas. As conversas de Lindy com seu terapeuta (Stanley Tucci, em mais uma atuação boa demais para o filme em que está) são ótimas para construir e aprofundar sua personalidade e explorar seus medos que servirão como seu conflito interno principal. E a própria atuação de Tucci como o terapeuta que tenta ajudá-la ao mesmo tempo em que explora o potencial do mecanismo de controle usado por ela, uma série de fios ligados a um botão e que dão choque no corpo inteiro dela toda vez que ela precisa controlar o impulso, é extraordinária. Esse é sem dúvida um ator que merece maior reconhecimento.

Stanley Tucci, interpretando o papel do psiquiatra em Jolt.

No geral, Jolt não oferece muita coisa fora do básico de muitos filmes de ação e de vingança. E não faz feio com o que oferece, mas também não sai muito da fórmula. E este é o seu maior problema, pois havia muito potencial para transformar essa produção em um filme realmente interessante e com algo inovador, ao mesmo tempo em que conquistaria os fãs do gênero com o bom uso de violência e de cenas de luta brutais. Nesse caso, porém, a contenção foi o tiro que saiu pela culatra dessa produção.

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