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Análise & Opinião

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Galeria dos Grandes Heróis

12/5/2022

Mocinhos são personagens capazes de conquistar o público pela sua determinação, sua moral e sua capacidade de sempre lutar pelo que é certo e realizar sacrifícios enormes pelo bem. Abaixo, listamos alguns dos principais heróis e mocinhos do cinema.

escrito por
Luis Henrique Franco

Mocinhos são personagens capazes de conquistar o público pela sua determinação, sua moral e sua capacidade de sempre lutar pelo que é certo e realizar sacrifícios enormes pelo bem. Abaixo, listamos alguns dos principais heróis e mocinhos do cinema.

escrito por
Luis Henrique Franco
12/5/2022

O que faz um herói? Seria o seu senso de dever e moral inabalável? Seria a sua tendência a sempre lutar pelos indefesos? Ou então é a sua capacidade de continuar lutando, independentemente das circunstâncias? Podemos dizer que é um pouco de tudo isso, e muitos outros aspectos que nos fazem vibrar pelos protagonistas dos filmes que se erguem contra um vilão terrível e enfrentam adversidades para salvar o mundo e as pessoas próximas a si.

Por muitos anos, o cinema se valeu de heróis para construir uma ideologia do que seria certo e justo. Mesmo que tal ideal repercuta visões questionáveis em certos pontos, é certo que tais protagonistas ocuparam um lugar de imenso destaque entre os grandes personagens do cinema, conquistando fãs ao longo de inúmeras gerações. Como uma homenagem a essa história, selecionamos alguns dos principais mocinhos e heróis que os filmes já nos apresentaram.

CAPITÃO AMÉRICA

De todos os super-heróis que assumiram posição de destaque nos últimos anos, Steve Rogers talvez seja o que melhor idealize a ideia de moral e coragem associada a um herói. Mesmo antes de sua transformação, ele já era um rapaz que defendia o certo e, mesmo que não conseguisse vencer, sempre se reerguia para continuar a lutar pelo que acreditava. Sua transformação em Capitão América elevou essas qualidades, além de lhe dar a força necessária para defender o mundo e se transformar em um símbolo de justiça.

Capitão América em batalha contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial

Sem dúvida a versão do herói nos quadrinhos é fantástica, mas analisando pelo lado do cinema, o Steve Rogers do MCU traz todas as grandes qualidades do herói ao mesmo tempo em que dá a ele um arco próprio bastante interessante, levando-o de alguém confiante em uma ideologia a um homem que passa a ver os podres dentro do próprio "lado do bem" e se volta contra essas questões também.

Para além das habilidades e de sua moral, Steve Rogers conquistou um lugar de enorme destaque no MCU e no universo da cultura pop por sua capacidade de evoluir sua visão de mundo sem, no entanto, alterar a sua perspectiva de moral e do que é certo. Mais interessante do que ver suas lutas contra vilões, seu uso da força e sua capacidade de liderança em ação, é ver a forma como o personagem amadurece ao longo do filme, deixando de lado sua devoção tóxica a uma causa e fazendo o certo sem sacrificar todos os demais aspectos da sua vida.

JIMMY "POPEYE" DOYLE

"Popeye" Doyle foi um dos personagens que melhor definiu o arquétipo do detetive durão, que segue o seu instinto e muitas vezes desafia as autoridades quando acredita que algo deve ser feito, não importa o custo. Este é sem dúvida um tipo de protagonista que causa tantos problemas quanto resolve, mas para todos aqueles que já viram Operação França, fica claro o quão efetivo ele pode ser.

Jmmy Doyle e outros policiais investigam uma cena de crime.

No rastro de uma poderosa operação de tráfico entre a Europa e os Estados Unidos, "Popeye" Doyle marca o filme com sua presença sempre forte e agressiva, contestando os demais policiais que acreditam que tal operação não existe e que o detetive está exagerando tudo. Um personagem desses não estaria completo sem um trauma passado, e Popeye carrega consigo o fato de já ter cometido um grande erro, o que fez com que suas ações passassem a sempre ser questionadas pelos seus colegas, que duvidam do seu faro e do seu instinto. É por isso que ele põe tudo a perder nesse caso, inclusive a sua própria carreira.

E esse é talvez o aspecto mais interessante de personagens como o detetive. Eles não se importam muito com o dano que recebem por suas ações (ou o dano que causam a outras pessoas). Eles sabem que algo está errado e deve ser remediado, e vão até o fim de suas forças e ultrapassam todos os limites para que tal situação seja resolvida. Quando o mal é combatido, é realmente prazeroso ver esse personagem triunfar sobre aqueles que duvidaram dele, mas não se pode deixar de questionar se o preço pago pelas ações desse tipo de justiceiro realmente vale a pena.

MAXIMUS DECIMUS MERIDIUS

O general que se tornou escravo; o escravo que se tornou gladiador; o gladiador que desafiou o imperador. A história de Maximus é uma das mais marcantes dos últimos vinte anos de cinema, e reflete o pesar e a fúria de um homem que, após anos de serviço a uma causa, viu-se traído por seu imperador, que tirou todas as suas honrarias, o acusou de traição e assassinou sua família. Na busca por vingança, este homem inflamou as chamas das mudanças em todo o Império Romano.

Maximus se prepara para enfrentar o Tigre da Galia no coliseu romano

Maximus se destaca não só como um grande guerreiro, mas também como um estrategista nato e um líder aclamado. Essas qualidades são notáveis logo na primeira cena, na batalha contra os germânicos, e ao longo do filme vão se destacando aos poucos. Tendo perdido a sua família e sem um propósito de vida, Maximus abraça primeiro o seu lado guerreiro, lutando na arena para proporcionar um espetáculo vulgar aos seus olhos, algo que ele só aceita por não ver destino melhor. Em Roma, no entanto, ele começa a mostrar seu lado estrategista, organizando os gladiadores para sobreviverem na arena. É só mais tarde que ele retoma o seu papel de líder, incentivando seus homens a se unirem a uma revolta contra o imperador Comodus para trazer de volta a República.

Em um caso clássico de um protagonista que começa no auge e logo em seguida cai rumo no fundo do poço, apenas para lentamente se erguer novamente, a história de Maximus é grandiosa por nos permitir ver todas as suas qualidades em destaque, dentro e fora da arena, convencendo-nos da forma como ele incentiva seus homens e traz os gladiadores para o seu lado, formando alianças com senadores na busca por vingança que, no final, se torna muito mais do que isso.

FURIOSA

Quando o mundo é destruído e a água se torna um bem escasso, mesmo aqueles com as melhores intenções têm que se tornar brutais e capazes de sobreviver a um mundo desolado. No mundo de Mad Max, essa capacidade faz transforma os melhores em lendas da estrada, e embora o próprio Max seja uma figura marcante nesse cenário, nossa homenagem vai para a Imperatriz Furiosa, que desafiou seu próprio líder e desencadeou uma perseguição alucinante que destruiu um dos grandes impérios das estradas.

Imperatriz Furiosa com o rosto coberto de graxa, pronta para se lançar à estrada

Como a principal comandante do terrível Immortan Joe, Furiosa construiu sua reputação como uma excelente piloto, dirigindo a máquina de guerra de Joe pelo deserto desabitado e conquistando terreno e recursos para seu homem. Implacável nas estradas, ela detém uma confiança enorme em suas habilidades e um estilo severo de lidar com os problemas, sabendo manejar o peso de seu veículo para derrubar e destruir seus adversários. Mas quando ela vê Immortan abusando de outras garotas, transformando-as em suas esposas, ela decide resgatar essas meninas e levá-las para um local longe o suficiente.

O que transforma Furiosa em uma heroína tão marcante é justamente a sua agressividade na estrada, fruto do tempo que passou no mundo apocalíptico de Mad Max, e a sua transformação de uma agente de Joe em alguém que se rebela contra seu governo para viver uma vida livre, se tornando logo em seguida uma poderosa líder na busca por usurpar o lugar do tirano e proporcionar à população de seu reino o acesso à água que eles tanto necessitam.

NEO

O mundo do cinema está repleto de protagonistas que recebem a alcunha de "O Escolhido", aquele que irá derrotar um grande mal e promover mudanças no mundo, levando a uma nova era. Poucos Escolhidos, no entanto, são capazes de realmente fazer justiça a esse título, muitas vezes decepcionando a audiência por serem protagonistas passivos demais em suas próprias aventuras. Thomas Anderson, vulgo Neo, não é um destes, e não só merece o seu título de Escolhido da raça humana, como elevou esse título a um novo patamar que poucos alcançaram.

Neo usa seus poderes sobre a Matrix para parar uma rajada de balas

É engraçado pensar que esse herói excepcional dos cinemas começou como um homem comum, vivendo uma vida entediante em seu trabalho de escritório, até ser abduzido pela equipe do misterioso Morfeu, que revelou a ele que aquela realidade na qual ele vivia era falsa, desenvolvida por máquinas para esconder o mundo real das pessoas. A partir daí, o Sr. Anderson começa sua longa jornada para aprender como esse mundo funciona e, acima de tudo, como controlá-lo, na esperança de vencer uma guerra interminável entre humanos e máquinas.

A trajetória de Neo como herói é bastante única quando vemos a forma que ele descobre seus poderes. O princípio básico é que todos os humanos que sabem que a Matrix é falsa podem manipulá-la, mas Neo leva isso um passo além, sendo capaz de reformular e dobrar a Matrix à sua vontade e derrotar até os seus melhores agentes. O que o torna especial, único e O Escolhido é sua capacidade de interagir diretamente com as máquinas e fazê-las obedecer à sua vontade, virando a sua própria criação contra elas. E isso é algo que ele não descobre de imediato, mas uma habilidade que ele deve aprender com o tempo, testando cada vez mais os seus limites e se propondo a quebrar barreiras que, mesmo dentro da Matrix, outros humanos julgam impossível.

ELLEN RIPLEY

Em muitos casos, os mocinhos da história não pessoas com uma moral inabalável e que lutam incansavelmente contra um mal terrível. Em alguns casos, eles são apenas pessoas comuns tentando sobreviver. A coitada da Tenente Ellen Ripley é uma dessas sobreviventes que, aparentemente, não consegue ter um minuto de sossego sem ser perturbada por uma horda de alienígenas carnívoros invadindo suas naves.

Ripley ao lado de Newt, observando os destroços causados pelos Aliens.

Desde o seu primeiro encontro com os xenomorfos, Ripley se mostrou uma sobrevivente nata. Mantendo a calma mesmo na pior das situações e pensando bem em qual deve ser sua próxima atitude, ela combateu a criatura alienígena com os poucos recursos que tinha, conseguindo sobreviver quando toda a sua tripulação foi morta. Em seu segundo encontro com a espécie, agora mais armada e preparada, ela enfrentou um ninho repleto de aliens e desafiou a rainha das criaturas. Sabendo exatamente o que devia fazer, Ripley se tornou uma expert em derrotar aliens, mas a realidade é que ela preferiria ser deixada em paz.

Esse é um aspecto interessante sobre muitos mocinhos de filmes. Adoramos ver quando eles se levantam contra um vilão, mas muitas vezes essas pessoas não almejam se tornarem heróis. Tudo o que eles querem é escapar, e seus instintos os guiam para evitar a situação. Ripley merece seu reconhecimento por, mesmo não querendo enfrentar tais criaturas, ainda assim ser capaz de se erguer e, no intuito de sobreviver e salvar os que estão ao seu lado, usar de todos os seus instintos e sua inteligência para derrotar uma criatura que ela com certeza preferia nunca ter conhecido.

INDIANA JONES

O professor de arqueologia mais famoso do mundo e um dos maiores nomes dentro do universo dos caçadores de tesouros, Henry Jones Júnior, nosso eterno Indiana, sobreviveu a muito mais perigos do que a maioria das pessoas, incluindo armadilhas mortais, exércitos de nazistas e cobras (porque sempre tem que haver cobras). Conquistando seus tesouros através da sua inteligência, mas também através da sua capacidade de luta, Indiana Jones se tornou um dos nomes mais famosos do cinema.

Indiana Jones em cena de Os Caçadores da Arca Perdida

Ao longo de suas muitas aventuras, Indiana já resgatou a Arca da Aliança das mãos dos nazistas, descobriu a localização do Santo Graal, ajudou um povoado na Índia e recuperar os seus tesouros e devolveu uma caveira alienígena ao seu povo. Em todas as suas aventuras, o personagem ficou marcado por seu intuito em preservar os tesouros antigos, desvendar os segredos dessas civilizações sem destruí-los e impedir que tais descobertas e poderes caíssem nas mãos de pessoas ruins. E em cada uma dessas aventuras, ele conseguiu fazer isso usando tanto da sua habilidade de luta (melhor dizendo, sua habilidade de secar um revólver e brandir um chicote) quanto a sua inteligência e conhecimento de história.

Foi através dessas habilidades e do seu conhecimento quase interminável para decifrar enigmas que Indiana Jones atingiu um patamar memorável entre os heróis do cinema, cravando sua presença no gênero de aventura de forma a influenciar todo o gênero e ditar a construção dos protagonistas desse tipo de filme por décadas após o seu surgimento. Mais do que isso, se tornou uma figura facilmente reconhecida e idolatrada pelos seus fãs, com seu chapéu e chicote a tiracolo se tornando as suas marcas registradas.

LUKE SKYWALKER

Hoje em dia, a lista de personagens e de protagonistas em Star Wars é tão grande que fica difícil escolher apenas um. Por isso, vamos nos ater à trilogia original e fazer uma homenagem ao primeiro mocinho da saga, Luke Skywalker, o jovem fazendeiro de Tatooine que, após comprar dois dróides muito estranhos, se envolveu em uma aventura de proporções imensas e se revelou um guerreiro extremamente competente e um Jedi poderoso com a Força.

Luke Skywalker cercado por Stormtroopers, conversando com Darth Vader

Seja o destino ou o acaso que o levou a esse acidente, Luke conseguiu realmente se desenvolver como um grande herói, treinando tanto ao lado de Obi-Wan Kenobi quanto de Mestre Yoda para se transformar em um Jedi forte o suficiente para derrotar Darth Vader e o Império. E o que torna essa jornada tão interessante para o público é a persistência de Luke, mesmo diante do fracasso, algo que se torna bem claro em seu treinamento em Dagobah. A todo o momento, fica evidente que ele não está pronto para o desafio, mas Luke continua a tentar, a descobrir os segredos da Força e a aprender novas habilidades. Ao longo de toda a trilogia, ele vai aos poucos se tornando mais forte, mas mesmo em seu auge suas falhas nunca o abandonam por completo.

Ser um personagem tão falho e, ao mesmo tempo, tão capaz de continuar lutando, foi o que o tornou tão memorável ao público. Mesmo em anos mais recentes, nos quais o personagem já se encontra mais velho, não foram os seus fracassos que desanimaram o público, mas sim a sua recusa em voltar à luta. Algo que ele inclusive redimiu ao final de sua jornada. Luke sempre teve muitos defeitos que o tornaram simpático ao público, mas a sua vontade de lutar por algo em que ele acredita é uma enorme motivação para o público que o assiste, tornando-o inspirador independente da situação.

JOHN MCCLANE

Às vezes, para ser o mocinho da história, só é preciso estar no lugar errado e na hora errada. Esse parece ser o caso de John McClane, policial experiente que só queria voltar para casa, se desculpar com sua mulher e ter um natal tranquilo. Mas é claro que os terroristas que invadiram o Nagatomi Plaza naquele mesmo dia não iriam deixá-lo simplesmente sair de lá. Bom... azar para os terroristas.

John McClane se espreme pelos dutos de ventilação para escapar ddos criminosos de Hans Gruber.

O primeiro Duro de Matar se tornou icônico por evitar exageros e se manter simples. É a história de um homem que volta a Los Angeles para tentar reconquistar sua esposa na noite de Natal, apenas para se ver preso no prédio quando o grupo terrorista liderado por Hans Gruber decide assaltar o local. Policial perito, McClane inicia seu próprio jogo de gato e rato com os bandidos, atraindo um por um para suas armadilhas bem pensadas e lidando com eles aos poucos até que seus números se tornem reduzidos o bastante para a situação ser controlada. Suas habilidades são extraordinárias e suas tramas são divertidamente bem pensadas, ao mesmo tempo em que não diminuem a ameaça dos terroristas fazendo-os parecerem imbecis incompetentes.

Mas o que de fato conquista o público no primeiro filme não são apenas as cenas de ação e de tiroteio, mas a maneira como McClane é construído como personagem. Isso porque, ao contrário de outros protagonistas de filmes de ação, McClane não é mostrado como um homem invencível, capaz de sobreviver a situações absurdas, mas sim como um homem bastante capacitado, embora ainda assim frágil. É nos momentos de vulnerabilidade, nos quais ele reconhece seus erros e suas feridas, que McClane conquista o público e nos faz torcer por ele, um homem comum capaz de se ferir e de morrer, e que está fazendo de tudo para resgatar sua esposa e sair de lá vivo com todos os reféns. Uma pena que as continuações do filme destruíram esse lado do personagem.

SARAH CONNOR

Quando falamos de O Exterminador do Futuro, existe uma divergência interessante. Por um lado, a história sempre aponta para John Connor como o grande herói da história. No entanto, ao longo da narrativa do filme, é sua mãe, Sarah Connor, quem lida com os maiores perigos na sua busca para proteger aquele que seria a esperança da humanidade. E, em se tratando de resolver problemas e ameaças do futuro, poucas coisas são mais poderosas do que uma mãe lutando desesperadamente para proteger o seu filho.

Sarah Connor observa seu filho enquanto se prepara para lançar um ataque contra a Skynet.

Quando o primeiro Exterminador voltou ao passado, Sarah não era nada além de uma jovem garçonete, lutando para conquistar o seu dia-a-dia sem pensar muito no futuro distante. Salva por Kyle Reese, um soldado do futuro, ela vai de uma garota assustada que não entende nada do que está ocorrendo a uma lutadora feroz, capaz de enfrentar situações realmente assustadoras para proteger seu filho, John, das ameaças do futuro. Uma mulher que descobriu ao longo de anos como lutar e como se preparar para o inevitável fim do mundo.

Este é o lado mais trágico da personagem. Ela sabe que sua luta não salvará a humanidade. Para ela, o futuro já está trilhado, e sua importância está em manter John, a esperança do futuro, vivo. Apesar de ver no retorno das máquinas a possibilidade de mudança do futuro, ela não consegue enxergar como, e se mantém presa a essa jornada que a torna uma lutadora implacável ao mesmo tempo em que a faz ser uma pessoa bastante perturbada e atormentada. Não é à toa que, quando um novo exterminador aparece e lhe diz que há uma pequena chance de mudar o futuro que tanto a aterroriza, ela abraça essa pequena oportunidade com todas as suas forças.

JAMES BOND

Quando a simples menção de seu nome se torna a sua frase de efeito mais memorável, você sabe que atingiu o mais alto patamar entre os mocinhos do cinema. No caso de James Bond, seu nome já foi repetido por seis atores diferentes, em mais de vinte e cinco filmes ao longo de sessenta anos. Atingir esse patamar enquanto permanece como um dos personagens mais reconhecidos do cinema é um feito que apenas um personagem extremamente bem construído dentro de seu gênero.

O Agente 007 James Bond, vivido por Daniel Craig

Construído dentro de uma ideologia bastante específica, 007 foi o agente de espionagem mais conhecido do cinema por décadas, travando batalhas de astúcia e inteligência contra vilões megalomaníacos e poderosos que desejavam destruir o mundo de maneiras exageradas ou simplesmente enriquecer ainda mais e obter um poder enorme sobre o mundo. Em vários casos, os planos desses vilões eram, a bem da verdade, bastante ridículos. Esse traço cômico se tornou uma parte reconhecida do personagem, desde seus acessórios até a maneira como ele escapava das situações de aperto, e foi em parte o motivo de o personagem ter tido seus momentos de crise através de sua longa existência.

James Bond, no entanto, conseguiu sobreviver a esses momentos através de seu carisma, habilidade de prever problemas, capacidade de luta e diversos outros aspectos que o levaram a derrotar seus mais notórios vilões ao longo de sessenta anos. Foram também esses traços que o levaram a conquistar um imenso número de mulheres em seus filmes, uma das características mais marcantes da franquia, mesmo em seus anos mais recentes.

SUPERMAN

É provável que não haja herói maior do que o super-herói supremo. E, seja na pele de Christopher Reeves ou de Henry Cavill, o Superman sempre será um símbolo máximo de esperança e uma das maiores, se não a maior, influência da cultura pop de todos os anos, moldando toda uma geração de heróis que perdura até hoje e criando uma subcultura própria que engloba cada vez mais gente.

Superman, vivido por Christopher Reeves, voa pelos ares.

Desde seu início, Superman se tornou um ícone a ser seguido. Um alienígena que escapa de seu planeta à beira da destruição e para na Terra, onde começa a nutrir um sentimento de empatia e compaixão pelos humanos enquanto descobre a extensão de seus poderes. Uma vez tendo controle sobre eles, ele se dedica a proteger os humanos que tanto ama, combatendo desde vilões terráqueos até ameaças vindas do espaço, aliando-se a outros heróis da Terra e tornando-se seu símbolo de justiça e liderança. Superman sempre possui essa aura de excelência, o homem capaz de tudo, com poderes extraordinários e que os usa para o bem, seja enfrentando uma ameaça destrutiva e sacrificando-se em nome da humanidade, seja impedindo uma corporação de colocar suas mãos em poderes extraterrestres, ou simplesmente fazendo a Terra girar ao contrário para evitar a morte de um ente querido.

Pode-se dizer que tal composição criou uma ideologia que foi imposta por décadas, e podemos discutir infinitamente sobre a influência positiva e negativa do Superman em nossa cultura. Mas o fato é que tal influência existe e é enorme. Do momento em que foi criado, esse super-herói supremo se tornou o modelo de ação e de moral para os protagonistas do cinema, da tv e dos quadrinhos. Um modelo que sofreu alterações e foi repensado ao longo de todas as suas décadas de existência, mas que continua a existir até os dias de hoje.

Heróis e protagonistas existem em todas as histórias do cinema. Eles são os personagens com os quais devemos nos conectar, aqueles cujas histórias acompanhamos e cujos feitos nos inspiram. Existem muitos outros grandes heróis no universo cinematográfico. E você? Qual o seu herói ou protagonista favorito?

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Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
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Mocinhos são personagens capazes de conquistar o público pela sua determinação, sua moral e sua capacidade de sempre lutar pelo que é certo e realizar sacrifícios enormes pelo bem. Abaixo, listamos alguns dos principais heróis e mocinhos do cinema.

crítica por
Luis Henrique Franco
12/5/2022

O que faz um herói? Seria o seu senso de dever e moral inabalável? Seria a sua tendência a sempre lutar pelos indefesos? Ou então é a sua capacidade de continuar lutando, independentemente das circunstâncias? Podemos dizer que é um pouco de tudo isso, e muitos outros aspectos que nos fazem vibrar pelos protagonistas dos filmes que se erguem contra um vilão terrível e enfrentam adversidades para salvar o mundo e as pessoas próximas a si.

Por muitos anos, o cinema se valeu de heróis para construir uma ideologia do que seria certo e justo. Mesmo que tal ideal repercuta visões questionáveis em certos pontos, é certo que tais protagonistas ocuparam um lugar de imenso destaque entre os grandes personagens do cinema, conquistando fãs ao longo de inúmeras gerações. Como uma homenagem a essa história, selecionamos alguns dos principais mocinhos e heróis que os filmes já nos apresentaram.

CAPITÃO AMÉRICA

De todos os super-heróis que assumiram posição de destaque nos últimos anos, Steve Rogers talvez seja o que melhor idealize a ideia de moral e coragem associada a um herói. Mesmo antes de sua transformação, ele já era um rapaz que defendia o certo e, mesmo que não conseguisse vencer, sempre se reerguia para continuar a lutar pelo que acreditava. Sua transformação em Capitão América elevou essas qualidades, além de lhe dar a força necessária para defender o mundo e se transformar em um símbolo de justiça.

Capitão América em batalha contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial

Sem dúvida a versão do herói nos quadrinhos é fantástica, mas analisando pelo lado do cinema, o Steve Rogers do MCU traz todas as grandes qualidades do herói ao mesmo tempo em que dá a ele um arco próprio bastante interessante, levando-o de alguém confiante em uma ideologia a um homem que passa a ver os podres dentro do próprio "lado do bem" e se volta contra essas questões também.

Para além das habilidades e de sua moral, Steve Rogers conquistou um lugar de enorme destaque no MCU e no universo da cultura pop por sua capacidade de evoluir sua visão de mundo sem, no entanto, alterar a sua perspectiva de moral e do que é certo. Mais interessante do que ver suas lutas contra vilões, seu uso da força e sua capacidade de liderança em ação, é ver a forma como o personagem amadurece ao longo do filme, deixando de lado sua devoção tóxica a uma causa e fazendo o certo sem sacrificar todos os demais aspectos da sua vida.

JIMMY "POPEYE" DOYLE

"Popeye" Doyle foi um dos personagens que melhor definiu o arquétipo do detetive durão, que segue o seu instinto e muitas vezes desafia as autoridades quando acredita que algo deve ser feito, não importa o custo. Este é sem dúvida um tipo de protagonista que causa tantos problemas quanto resolve, mas para todos aqueles que já viram Operação França, fica claro o quão efetivo ele pode ser.

Jmmy Doyle e outros policiais investigam uma cena de crime.

No rastro de uma poderosa operação de tráfico entre a Europa e os Estados Unidos, "Popeye" Doyle marca o filme com sua presença sempre forte e agressiva, contestando os demais policiais que acreditam que tal operação não existe e que o detetive está exagerando tudo. Um personagem desses não estaria completo sem um trauma passado, e Popeye carrega consigo o fato de já ter cometido um grande erro, o que fez com que suas ações passassem a sempre ser questionadas pelos seus colegas, que duvidam do seu faro e do seu instinto. É por isso que ele põe tudo a perder nesse caso, inclusive a sua própria carreira.

E esse é talvez o aspecto mais interessante de personagens como o detetive. Eles não se importam muito com o dano que recebem por suas ações (ou o dano que causam a outras pessoas). Eles sabem que algo está errado e deve ser remediado, e vão até o fim de suas forças e ultrapassam todos os limites para que tal situação seja resolvida. Quando o mal é combatido, é realmente prazeroso ver esse personagem triunfar sobre aqueles que duvidaram dele, mas não se pode deixar de questionar se o preço pago pelas ações desse tipo de justiceiro realmente vale a pena.

MAXIMUS DECIMUS MERIDIUS

O general que se tornou escravo; o escravo que se tornou gladiador; o gladiador que desafiou o imperador. A história de Maximus é uma das mais marcantes dos últimos vinte anos de cinema, e reflete o pesar e a fúria de um homem que, após anos de serviço a uma causa, viu-se traído por seu imperador, que tirou todas as suas honrarias, o acusou de traição e assassinou sua família. Na busca por vingança, este homem inflamou as chamas das mudanças em todo o Império Romano.

Maximus se prepara para enfrentar o Tigre da Galia no coliseu romano

Maximus se destaca não só como um grande guerreiro, mas também como um estrategista nato e um líder aclamado. Essas qualidades são notáveis logo na primeira cena, na batalha contra os germânicos, e ao longo do filme vão se destacando aos poucos. Tendo perdido a sua família e sem um propósito de vida, Maximus abraça primeiro o seu lado guerreiro, lutando na arena para proporcionar um espetáculo vulgar aos seus olhos, algo que ele só aceita por não ver destino melhor. Em Roma, no entanto, ele começa a mostrar seu lado estrategista, organizando os gladiadores para sobreviverem na arena. É só mais tarde que ele retoma o seu papel de líder, incentivando seus homens a se unirem a uma revolta contra o imperador Comodus para trazer de volta a República.

Em um caso clássico de um protagonista que começa no auge e logo em seguida cai rumo no fundo do poço, apenas para lentamente se erguer novamente, a história de Maximus é grandiosa por nos permitir ver todas as suas qualidades em destaque, dentro e fora da arena, convencendo-nos da forma como ele incentiva seus homens e traz os gladiadores para o seu lado, formando alianças com senadores na busca por vingança que, no final, se torna muito mais do que isso.

FURIOSA

Quando o mundo é destruído e a água se torna um bem escasso, mesmo aqueles com as melhores intenções têm que se tornar brutais e capazes de sobreviver a um mundo desolado. No mundo de Mad Max, essa capacidade faz transforma os melhores em lendas da estrada, e embora o próprio Max seja uma figura marcante nesse cenário, nossa homenagem vai para a Imperatriz Furiosa, que desafiou seu próprio líder e desencadeou uma perseguição alucinante que destruiu um dos grandes impérios das estradas.

Imperatriz Furiosa com o rosto coberto de graxa, pronta para se lançar à estrada

Como a principal comandante do terrível Immortan Joe, Furiosa construiu sua reputação como uma excelente piloto, dirigindo a máquina de guerra de Joe pelo deserto desabitado e conquistando terreno e recursos para seu homem. Implacável nas estradas, ela detém uma confiança enorme em suas habilidades e um estilo severo de lidar com os problemas, sabendo manejar o peso de seu veículo para derrubar e destruir seus adversários. Mas quando ela vê Immortan abusando de outras garotas, transformando-as em suas esposas, ela decide resgatar essas meninas e levá-las para um local longe o suficiente.

O que transforma Furiosa em uma heroína tão marcante é justamente a sua agressividade na estrada, fruto do tempo que passou no mundo apocalíptico de Mad Max, e a sua transformação de uma agente de Joe em alguém que se rebela contra seu governo para viver uma vida livre, se tornando logo em seguida uma poderosa líder na busca por usurpar o lugar do tirano e proporcionar à população de seu reino o acesso à água que eles tanto necessitam.

NEO

O mundo do cinema está repleto de protagonistas que recebem a alcunha de "O Escolhido", aquele que irá derrotar um grande mal e promover mudanças no mundo, levando a uma nova era. Poucos Escolhidos, no entanto, são capazes de realmente fazer justiça a esse título, muitas vezes decepcionando a audiência por serem protagonistas passivos demais em suas próprias aventuras. Thomas Anderson, vulgo Neo, não é um destes, e não só merece o seu título de Escolhido da raça humana, como elevou esse título a um novo patamar que poucos alcançaram.

Neo usa seus poderes sobre a Matrix para parar uma rajada de balas

É engraçado pensar que esse herói excepcional dos cinemas começou como um homem comum, vivendo uma vida entediante em seu trabalho de escritório, até ser abduzido pela equipe do misterioso Morfeu, que revelou a ele que aquela realidade na qual ele vivia era falsa, desenvolvida por máquinas para esconder o mundo real das pessoas. A partir daí, o Sr. Anderson começa sua longa jornada para aprender como esse mundo funciona e, acima de tudo, como controlá-lo, na esperança de vencer uma guerra interminável entre humanos e máquinas.

A trajetória de Neo como herói é bastante única quando vemos a forma que ele descobre seus poderes. O princípio básico é que todos os humanos que sabem que a Matrix é falsa podem manipulá-la, mas Neo leva isso um passo além, sendo capaz de reformular e dobrar a Matrix à sua vontade e derrotar até os seus melhores agentes. O que o torna especial, único e O Escolhido é sua capacidade de interagir diretamente com as máquinas e fazê-las obedecer à sua vontade, virando a sua própria criação contra elas. E isso é algo que ele não descobre de imediato, mas uma habilidade que ele deve aprender com o tempo, testando cada vez mais os seus limites e se propondo a quebrar barreiras que, mesmo dentro da Matrix, outros humanos julgam impossível.

ELLEN RIPLEY

Em muitos casos, os mocinhos da história não pessoas com uma moral inabalável e que lutam incansavelmente contra um mal terrível. Em alguns casos, eles são apenas pessoas comuns tentando sobreviver. A coitada da Tenente Ellen Ripley é uma dessas sobreviventes que, aparentemente, não consegue ter um minuto de sossego sem ser perturbada por uma horda de alienígenas carnívoros invadindo suas naves.

Ripley ao lado de Newt, observando os destroços causados pelos Aliens.

Desde o seu primeiro encontro com os xenomorfos, Ripley se mostrou uma sobrevivente nata. Mantendo a calma mesmo na pior das situações e pensando bem em qual deve ser sua próxima atitude, ela combateu a criatura alienígena com os poucos recursos que tinha, conseguindo sobreviver quando toda a sua tripulação foi morta. Em seu segundo encontro com a espécie, agora mais armada e preparada, ela enfrentou um ninho repleto de aliens e desafiou a rainha das criaturas. Sabendo exatamente o que devia fazer, Ripley se tornou uma expert em derrotar aliens, mas a realidade é que ela preferiria ser deixada em paz.

Esse é um aspecto interessante sobre muitos mocinhos de filmes. Adoramos ver quando eles se levantam contra um vilão, mas muitas vezes essas pessoas não almejam se tornarem heróis. Tudo o que eles querem é escapar, e seus instintos os guiam para evitar a situação. Ripley merece seu reconhecimento por, mesmo não querendo enfrentar tais criaturas, ainda assim ser capaz de se erguer e, no intuito de sobreviver e salvar os que estão ao seu lado, usar de todos os seus instintos e sua inteligência para derrotar uma criatura que ela com certeza preferia nunca ter conhecido.

INDIANA JONES

O professor de arqueologia mais famoso do mundo e um dos maiores nomes dentro do universo dos caçadores de tesouros, Henry Jones Júnior, nosso eterno Indiana, sobreviveu a muito mais perigos do que a maioria das pessoas, incluindo armadilhas mortais, exércitos de nazistas e cobras (porque sempre tem que haver cobras). Conquistando seus tesouros através da sua inteligência, mas também através da sua capacidade de luta, Indiana Jones se tornou um dos nomes mais famosos do cinema.

Indiana Jones em cena de Os Caçadores da Arca Perdida

Ao longo de suas muitas aventuras, Indiana já resgatou a Arca da Aliança das mãos dos nazistas, descobriu a localização do Santo Graal, ajudou um povoado na Índia e recuperar os seus tesouros e devolveu uma caveira alienígena ao seu povo. Em todas as suas aventuras, o personagem ficou marcado por seu intuito em preservar os tesouros antigos, desvendar os segredos dessas civilizações sem destruí-los e impedir que tais descobertas e poderes caíssem nas mãos de pessoas ruins. E em cada uma dessas aventuras, ele conseguiu fazer isso usando tanto da sua habilidade de luta (melhor dizendo, sua habilidade de secar um revólver e brandir um chicote) quanto a sua inteligência e conhecimento de história.

Foi através dessas habilidades e do seu conhecimento quase interminável para decifrar enigmas que Indiana Jones atingiu um patamar memorável entre os heróis do cinema, cravando sua presença no gênero de aventura de forma a influenciar todo o gênero e ditar a construção dos protagonistas desse tipo de filme por décadas após o seu surgimento. Mais do que isso, se tornou uma figura facilmente reconhecida e idolatrada pelos seus fãs, com seu chapéu e chicote a tiracolo se tornando as suas marcas registradas.

LUKE SKYWALKER

Hoje em dia, a lista de personagens e de protagonistas em Star Wars é tão grande que fica difícil escolher apenas um. Por isso, vamos nos ater à trilogia original e fazer uma homenagem ao primeiro mocinho da saga, Luke Skywalker, o jovem fazendeiro de Tatooine que, após comprar dois dróides muito estranhos, se envolveu em uma aventura de proporções imensas e se revelou um guerreiro extremamente competente e um Jedi poderoso com a Força.

Luke Skywalker cercado por Stormtroopers, conversando com Darth Vader

Seja o destino ou o acaso que o levou a esse acidente, Luke conseguiu realmente se desenvolver como um grande herói, treinando tanto ao lado de Obi-Wan Kenobi quanto de Mestre Yoda para se transformar em um Jedi forte o suficiente para derrotar Darth Vader e o Império. E o que torna essa jornada tão interessante para o público é a persistência de Luke, mesmo diante do fracasso, algo que se torna bem claro em seu treinamento em Dagobah. A todo o momento, fica evidente que ele não está pronto para o desafio, mas Luke continua a tentar, a descobrir os segredos da Força e a aprender novas habilidades. Ao longo de toda a trilogia, ele vai aos poucos se tornando mais forte, mas mesmo em seu auge suas falhas nunca o abandonam por completo.

Ser um personagem tão falho e, ao mesmo tempo, tão capaz de continuar lutando, foi o que o tornou tão memorável ao público. Mesmo em anos mais recentes, nos quais o personagem já se encontra mais velho, não foram os seus fracassos que desanimaram o público, mas sim a sua recusa em voltar à luta. Algo que ele inclusive redimiu ao final de sua jornada. Luke sempre teve muitos defeitos que o tornaram simpático ao público, mas a sua vontade de lutar por algo em que ele acredita é uma enorme motivação para o público que o assiste, tornando-o inspirador independente da situação.

JOHN MCCLANE

Às vezes, para ser o mocinho da história, só é preciso estar no lugar errado e na hora errada. Esse parece ser o caso de John McClane, policial experiente que só queria voltar para casa, se desculpar com sua mulher e ter um natal tranquilo. Mas é claro que os terroristas que invadiram o Nagatomi Plaza naquele mesmo dia não iriam deixá-lo simplesmente sair de lá. Bom... azar para os terroristas.

John McClane se espreme pelos dutos de ventilação para escapar ddos criminosos de Hans Gruber.

O primeiro Duro de Matar se tornou icônico por evitar exageros e se manter simples. É a história de um homem que volta a Los Angeles para tentar reconquistar sua esposa na noite de Natal, apenas para se ver preso no prédio quando o grupo terrorista liderado por Hans Gruber decide assaltar o local. Policial perito, McClane inicia seu próprio jogo de gato e rato com os bandidos, atraindo um por um para suas armadilhas bem pensadas e lidando com eles aos poucos até que seus números se tornem reduzidos o bastante para a situação ser controlada. Suas habilidades são extraordinárias e suas tramas são divertidamente bem pensadas, ao mesmo tempo em que não diminuem a ameaça dos terroristas fazendo-os parecerem imbecis incompetentes.

Mas o que de fato conquista o público no primeiro filme não são apenas as cenas de ação e de tiroteio, mas a maneira como McClane é construído como personagem. Isso porque, ao contrário de outros protagonistas de filmes de ação, McClane não é mostrado como um homem invencível, capaz de sobreviver a situações absurdas, mas sim como um homem bastante capacitado, embora ainda assim frágil. É nos momentos de vulnerabilidade, nos quais ele reconhece seus erros e suas feridas, que McClane conquista o público e nos faz torcer por ele, um homem comum capaz de se ferir e de morrer, e que está fazendo de tudo para resgatar sua esposa e sair de lá vivo com todos os reféns. Uma pena que as continuações do filme destruíram esse lado do personagem.

SARAH CONNOR

Quando falamos de O Exterminador do Futuro, existe uma divergência interessante. Por um lado, a história sempre aponta para John Connor como o grande herói da história. No entanto, ao longo da narrativa do filme, é sua mãe, Sarah Connor, quem lida com os maiores perigos na sua busca para proteger aquele que seria a esperança da humanidade. E, em se tratando de resolver problemas e ameaças do futuro, poucas coisas são mais poderosas do que uma mãe lutando desesperadamente para proteger o seu filho.

Sarah Connor observa seu filho enquanto se prepara para lançar um ataque contra a Skynet.

Quando o primeiro Exterminador voltou ao passado, Sarah não era nada além de uma jovem garçonete, lutando para conquistar o seu dia-a-dia sem pensar muito no futuro distante. Salva por Kyle Reese, um soldado do futuro, ela vai de uma garota assustada que não entende nada do que está ocorrendo a uma lutadora feroz, capaz de enfrentar situações realmente assustadoras para proteger seu filho, John, das ameaças do futuro. Uma mulher que descobriu ao longo de anos como lutar e como se preparar para o inevitável fim do mundo.

Este é o lado mais trágico da personagem. Ela sabe que sua luta não salvará a humanidade. Para ela, o futuro já está trilhado, e sua importância está em manter John, a esperança do futuro, vivo. Apesar de ver no retorno das máquinas a possibilidade de mudança do futuro, ela não consegue enxergar como, e se mantém presa a essa jornada que a torna uma lutadora implacável ao mesmo tempo em que a faz ser uma pessoa bastante perturbada e atormentada. Não é à toa que, quando um novo exterminador aparece e lhe diz que há uma pequena chance de mudar o futuro que tanto a aterroriza, ela abraça essa pequena oportunidade com todas as suas forças.

JAMES BOND

Quando a simples menção de seu nome se torna a sua frase de efeito mais memorável, você sabe que atingiu o mais alto patamar entre os mocinhos do cinema. No caso de James Bond, seu nome já foi repetido por seis atores diferentes, em mais de vinte e cinco filmes ao longo de sessenta anos. Atingir esse patamar enquanto permanece como um dos personagens mais reconhecidos do cinema é um feito que apenas um personagem extremamente bem construído dentro de seu gênero.

O Agente 007 James Bond, vivido por Daniel Craig

Construído dentro de uma ideologia bastante específica, 007 foi o agente de espionagem mais conhecido do cinema por décadas, travando batalhas de astúcia e inteligência contra vilões megalomaníacos e poderosos que desejavam destruir o mundo de maneiras exageradas ou simplesmente enriquecer ainda mais e obter um poder enorme sobre o mundo. Em vários casos, os planos desses vilões eram, a bem da verdade, bastante ridículos. Esse traço cômico se tornou uma parte reconhecida do personagem, desde seus acessórios até a maneira como ele escapava das situações de aperto, e foi em parte o motivo de o personagem ter tido seus momentos de crise através de sua longa existência.

James Bond, no entanto, conseguiu sobreviver a esses momentos através de seu carisma, habilidade de prever problemas, capacidade de luta e diversos outros aspectos que o levaram a derrotar seus mais notórios vilões ao longo de sessenta anos. Foram também esses traços que o levaram a conquistar um imenso número de mulheres em seus filmes, uma das características mais marcantes da franquia, mesmo em seus anos mais recentes.

SUPERMAN

É provável que não haja herói maior do que o super-herói supremo. E, seja na pele de Christopher Reeves ou de Henry Cavill, o Superman sempre será um símbolo máximo de esperança e uma das maiores, se não a maior, influência da cultura pop de todos os anos, moldando toda uma geração de heróis que perdura até hoje e criando uma subcultura própria que engloba cada vez mais gente.

Superman, vivido por Christopher Reeves, voa pelos ares.

Desde seu início, Superman se tornou um ícone a ser seguido. Um alienígena que escapa de seu planeta à beira da destruição e para na Terra, onde começa a nutrir um sentimento de empatia e compaixão pelos humanos enquanto descobre a extensão de seus poderes. Uma vez tendo controle sobre eles, ele se dedica a proteger os humanos que tanto ama, combatendo desde vilões terráqueos até ameaças vindas do espaço, aliando-se a outros heróis da Terra e tornando-se seu símbolo de justiça e liderança. Superman sempre possui essa aura de excelência, o homem capaz de tudo, com poderes extraordinários e que os usa para o bem, seja enfrentando uma ameaça destrutiva e sacrificando-se em nome da humanidade, seja impedindo uma corporação de colocar suas mãos em poderes extraterrestres, ou simplesmente fazendo a Terra girar ao contrário para evitar a morte de um ente querido.

Pode-se dizer que tal composição criou uma ideologia que foi imposta por décadas, e podemos discutir infinitamente sobre a influência positiva e negativa do Superman em nossa cultura. Mas o fato é que tal influência existe e é enorme. Do momento em que foi criado, esse super-herói supremo se tornou o modelo de ação e de moral para os protagonistas do cinema, da tv e dos quadrinhos. Um modelo que sofreu alterações e foi repensado ao longo de todas as suas décadas de existência, mas que continua a existir até os dias de hoje.

Heróis e protagonistas existem em todas as histórias do cinema. Eles são os personagens com os quais devemos nos conectar, aqueles cujas histórias acompanhamos e cujos feitos nos inspiram. Existem muitos outros grandes heróis no universo cinematográfico. E você? Qual o seu herói ou protagonista favorito?

confira o trailer

Análise & Opinião

Mocinhos são personagens capazes de conquistar o público pela sua determinação, sua moral e sua capacidade de sempre lutar pelo que é certo e realizar sacrifícios enormes pelo bem. Abaixo, listamos alguns dos principais heróis e mocinhos do cinema.

escrito por
Luis Henrique Franco
12/5/2022
nascimento

Mocinhos são personagens capazes de conquistar o público pela sua determinação, sua moral e sua capacidade de sempre lutar pelo que é certo e realizar sacrifícios enormes pelo bem. Abaixo, listamos alguns dos principais heróis e mocinhos do cinema.

escrito por
Luis Henrique Franco
12/5/2022

O que faz um herói? Seria o seu senso de dever e moral inabalável? Seria a sua tendência a sempre lutar pelos indefesos? Ou então é a sua capacidade de continuar lutando, independentemente das circunstâncias? Podemos dizer que é um pouco de tudo isso, e muitos outros aspectos que nos fazem vibrar pelos protagonistas dos filmes que se erguem contra um vilão terrível e enfrentam adversidades para salvar o mundo e as pessoas próximas a si.

Por muitos anos, o cinema se valeu de heróis para construir uma ideologia do que seria certo e justo. Mesmo que tal ideal repercuta visões questionáveis em certos pontos, é certo que tais protagonistas ocuparam um lugar de imenso destaque entre os grandes personagens do cinema, conquistando fãs ao longo de inúmeras gerações. Como uma homenagem a essa história, selecionamos alguns dos principais mocinhos e heróis que os filmes já nos apresentaram.

CAPITÃO AMÉRICA

De todos os super-heróis que assumiram posição de destaque nos últimos anos, Steve Rogers talvez seja o que melhor idealize a ideia de moral e coragem associada a um herói. Mesmo antes de sua transformação, ele já era um rapaz que defendia o certo e, mesmo que não conseguisse vencer, sempre se reerguia para continuar a lutar pelo que acreditava. Sua transformação em Capitão América elevou essas qualidades, além de lhe dar a força necessária para defender o mundo e se transformar em um símbolo de justiça.

Capitão América em batalha contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial

Sem dúvida a versão do herói nos quadrinhos é fantástica, mas analisando pelo lado do cinema, o Steve Rogers do MCU traz todas as grandes qualidades do herói ao mesmo tempo em que dá a ele um arco próprio bastante interessante, levando-o de alguém confiante em uma ideologia a um homem que passa a ver os podres dentro do próprio "lado do bem" e se volta contra essas questões também.

Para além das habilidades e de sua moral, Steve Rogers conquistou um lugar de enorme destaque no MCU e no universo da cultura pop por sua capacidade de evoluir sua visão de mundo sem, no entanto, alterar a sua perspectiva de moral e do que é certo. Mais interessante do que ver suas lutas contra vilões, seu uso da força e sua capacidade de liderança em ação, é ver a forma como o personagem amadurece ao longo do filme, deixando de lado sua devoção tóxica a uma causa e fazendo o certo sem sacrificar todos os demais aspectos da sua vida.

JIMMY "POPEYE" DOYLE

"Popeye" Doyle foi um dos personagens que melhor definiu o arquétipo do detetive durão, que segue o seu instinto e muitas vezes desafia as autoridades quando acredita que algo deve ser feito, não importa o custo. Este é sem dúvida um tipo de protagonista que causa tantos problemas quanto resolve, mas para todos aqueles que já viram Operação França, fica claro o quão efetivo ele pode ser.

Jmmy Doyle e outros policiais investigam uma cena de crime.

No rastro de uma poderosa operação de tráfico entre a Europa e os Estados Unidos, "Popeye" Doyle marca o filme com sua presença sempre forte e agressiva, contestando os demais policiais que acreditam que tal operação não existe e que o detetive está exagerando tudo. Um personagem desses não estaria completo sem um trauma passado, e Popeye carrega consigo o fato de já ter cometido um grande erro, o que fez com que suas ações passassem a sempre ser questionadas pelos seus colegas, que duvidam do seu faro e do seu instinto. É por isso que ele põe tudo a perder nesse caso, inclusive a sua própria carreira.

E esse é talvez o aspecto mais interessante de personagens como o detetive. Eles não se importam muito com o dano que recebem por suas ações (ou o dano que causam a outras pessoas). Eles sabem que algo está errado e deve ser remediado, e vão até o fim de suas forças e ultrapassam todos os limites para que tal situação seja resolvida. Quando o mal é combatido, é realmente prazeroso ver esse personagem triunfar sobre aqueles que duvidaram dele, mas não se pode deixar de questionar se o preço pago pelas ações desse tipo de justiceiro realmente vale a pena.

MAXIMUS DECIMUS MERIDIUS

O general que se tornou escravo; o escravo que se tornou gladiador; o gladiador que desafiou o imperador. A história de Maximus é uma das mais marcantes dos últimos vinte anos de cinema, e reflete o pesar e a fúria de um homem que, após anos de serviço a uma causa, viu-se traído por seu imperador, que tirou todas as suas honrarias, o acusou de traição e assassinou sua família. Na busca por vingança, este homem inflamou as chamas das mudanças em todo o Império Romano.

Maximus se prepara para enfrentar o Tigre da Galia no coliseu romano

Maximus se destaca não só como um grande guerreiro, mas também como um estrategista nato e um líder aclamado. Essas qualidades são notáveis logo na primeira cena, na batalha contra os germânicos, e ao longo do filme vão se destacando aos poucos. Tendo perdido a sua família e sem um propósito de vida, Maximus abraça primeiro o seu lado guerreiro, lutando na arena para proporcionar um espetáculo vulgar aos seus olhos, algo que ele só aceita por não ver destino melhor. Em Roma, no entanto, ele começa a mostrar seu lado estrategista, organizando os gladiadores para sobreviverem na arena. É só mais tarde que ele retoma o seu papel de líder, incentivando seus homens a se unirem a uma revolta contra o imperador Comodus para trazer de volta a República.

Em um caso clássico de um protagonista que começa no auge e logo em seguida cai rumo no fundo do poço, apenas para lentamente se erguer novamente, a história de Maximus é grandiosa por nos permitir ver todas as suas qualidades em destaque, dentro e fora da arena, convencendo-nos da forma como ele incentiva seus homens e traz os gladiadores para o seu lado, formando alianças com senadores na busca por vingança que, no final, se torna muito mais do que isso.

FURIOSA

Quando o mundo é destruído e a água se torna um bem escasso, mesmo aqueles com as melhores intenções têm que se tornar brutais e capazes de sobreviver a um mundo desolado. No mundo de Mad Max, essa capacidade faz transforma os melhores em lendas da estrada, e embora o próprio Max seja uma figura marcante nesse cenário, nossa homenagem vai para a Imperatriz Furiosa, que desafiou seu próprio líder e desencadeou uma perseguição alucinante que destruiu um dos grandes impérios das estradas.

Imperatriz Furiosa com o rosto coberto de graxa, pronta para se lançar à estrada

Como a principal comandante do terrível Immortan Joe, Furiosa construiu sua reputação como uma excelente piloto, dirigindo a máquina de guerra de Joe pelo deserto desabitado e conquistando terreno e recursos para seu homem. Implacável nas estradas, ela detém uma confiança enorme em suas habilidades e um estilo severo de lidar com os problemas, sabendo manejar o peso de seu veículo para derrubar e destruir seus adversários. Mas quando ela vê Immortan abusando de outras garotas, transformando-as em suas esposas, ela decide resgatar essas meninas e levá-las para um local longe o suficiente.

O que transforma Furiosa em uma heroína tão marcante é justamente a sua agressividade na estrada, fruto do tempo que passou no mundo apocalíptico de Mad Max, e a sua transformação de uma agente de Joe em alguém que se rebela contra seu governo para viver uma vida livre, se tornando logo em seguida uma poderosa líder na busca por usurpar o lugar do tirano e proporcionar à população de seu reino o acesso à água que eles tanto necessitam.

NEO

O mundo do cinema está repleto de protagonistas que recebem a alcunha de "O Escolhido", aquele que irá derrotar um grande mal e promover mudanças no mundo, levando a uma nova era. Poucos Escolhidos, no entanto, são capazes de realmente fazer justiça a esse título, muitas vezes decepcionando a audiência por serem protagonistas passivos demais em suas próprias aventuras. Thomas Anderson, vulgo Neo, não é um destes, e não só merece o seu título de Escolhido da raça humana, como elevou esse título a um novo patamar que poucos alcançaram.

Neo usa seus poderes sobre a Matrix para parar uma rajada de balas

É engraçado pensar que esse herói excepcional dos cinemas começou como um homem comum, vivendo uma vida entediante em seu trabalho de escritório, até ser abduzido pela equipe do misterioso Morfeu, que revelou a ele que aquela realidade na qual ele vivia era falsa, desenvolvida por máquinas para esconder o mundo real das pessoas. A partir daí, o Sr. Anderson começa sua longa jornada para aprender como esse mundo funciona e, acima de tudo, como controlá-lo, na esperança de vencer uma guerra interminável entre humanos e máquinas.

A trajetória de Neo como herói é bastante única quando vemos a forma que ele descobre seus poderes. O princípio básico é que todos os humanos que sabem que a Matrix é falsa podem manipulá-la, mas Neo leva isso um passo além, sendo capaz de reformular e dobrar a Matrix à sua vontade e derrotar até os seus melhores agentes. O que o torna especial, único e O Escolhido é sua capacidade de interagir diretamente com as máquinas e fazê-las obedecer à sua vontade, virando a sua própria criação contra elas. E isso é algo que ele não descobre de imediato, mas uma habilidade que ele deve aprender com o tempo, testando cada vez mais os seus limites e se propondo a quebrar barreiras que, mesmo dentro da Matrix, outros humanos julgam impossível.

ELLEN RIPLEY

Em muitos casos, os mocinhos da história não pessoas com uma moral inabalável e que lutam incansavelmente contra um mal terrível. Em alguns casos, eles são apenas pessoas comuns tentando sobreviver. A coitada da Tenente Ellen Ripley é uma dessas sobreviventes que, aparentemente, não consegue ter um minuto de sossego sem ser perturbada por uma horda de alienígenas carnívoros invadindo suas naves.

Ripley ao lado de Newt, observando os destroços causados pelos Aliens.

Desde o seu primeiro encontro com os xenomorfos, Ripley se mostrou uma sobrevivente nata. Mantendo a calma mesmo na pior das situações e pensando bem em qual deve ser sua próxima atitude, ela combateu a criatura alienígena com os poucos recursos que tinha, conseguindo sobreviver quando toda a sua tripulação foi morta. Em seu segundo encontro com a espécie, agora mais armada e preparada, ela enfrentou um ninho repleto de aliens e desafiou a rainha das criaturas. Sabendo exatamente o que devia fazer, Ripley se tornou uma expert em derrotar aliens, mas a realidade é que ela preferiria ser deixada em paz.

Esse é um aspecto interessante sobre muitos mocinhos de filmes. Adoramos ver quando eles se levantam contra um vilão, mas muitas vezes essas pessoas não almejam se tornarem heróis. Tudo o que eles querem é escapar, e seus instintos os guiam para evitar a situação. Ripley merece seu reconhecimento por, mesmo não querendo enfrentar tais criaturas, ainda assim ser capaz de se erguer e, no intuito de sobreviver e salvar os que estão ao seu lado, usar de todos os seus instintos e sua inteligência para derrotar uma criatura que ela com certeza preferia nunca ter conhecido.

INDIANA JONES

O professor de arqueologia mais famoso do mundo e um dos maiores nomes dentro do universo dos caçadores de tesouros, Henry Jones Júnior, nosso eterno Indiana, sobreviveu a muito mais perigos do que a maioria das pessoas, incluindo armadilhas mortais, exércitos de nazistas e cobras (porque sempre tem que haver cobras). Conquistando seus tesouros através da sua inteligência, mas também através da sua capacidade de luta, Indiana Jones se tornou um dos nomes mais famosos do cinema.

Indiana Jones em cena de Os Caçadores da Arca Perdida

Ao longo de suas muitas aventuras, Indiana já resgatou a Arca da Aliança das mãos dos nazistas, descobriu a localização do Santo Graal, ajudou um povoado na Índia e recuperar os seus tesouros e devolveu uma caveira alienígena ao seu povo. Em todas as suas aventuras, o personagem ficou marcado por seu intuito em preservar os tesouros antigos, desvendar os segredos dessas civilizações sem destruí-los e impedir que tais descobertas e poderes caíssem nas mãos de pessoas ruins. E em cada uma dessas aventuras, ele conseguiu fazer isso usando tanto da sua habilidade de luta (melhor dizendo, sua habilidade de secar um revólver e brandir um chicote) quanto a sua inteligência e conhecimento de história.

Foi através dessas habilidades e do seu conhecimento quase interminável para decifrar enigmas que Indiana Jones atingiu um patamar memorável entre os heróis do cinema, cravando sua presença no gênero de aventura de forma a influenciar todo o gênero e ditar a construção dos protagonistas desse tipo de filme por décadas após o seu surgimento. Mais do que isso, se tornou uma figura facilmente reconhecida e idolatrada pelos seus fãs, com seu chapéu e chicote a tiracolo se tornando as suas marcas registradas.

LUKE SKYWALKER

Hoje em dia, a lista de personagens e de protagonistas em Star Wars é tão grande que fica difícil escolher apenas um. Por isso, vamos nos ater à trilogia original e fazer uma homenagem ao primeiro mocinho da saga, Luke Skywalker, o jovem fazendeiro de Tatooine que, após comprar dois dróides muito estranhos, se envolveu em uma aventura de proporções imensas e se revelou um guerreiro extremamente competente e um Jedi poderoso com a Força.

Luke Skywalker cercado por Stormtroopers, conversando com Darth Vader

Seja o destino ou o acaso que o levou a esse acidente, Luke conseguiu realmente se desenvolver como um grande herói, treinando tanto ao lado de Obi-Wan Kenobi quanto de Mestre Yoda para se transformar em um Jedi forte o suficiente para derrotar Darth Vader e o Império. E o que torna essa jornada tão interessante para o público é a persistência de Luke, mesmo diante do fracasso, algo que se torna bem claro em seu treinamento em Dagobah. A todo o momento, fica evidente que ele não está pronto para o desafio, mas Luke continua a tentar, a descobrir os segredos da Força e a aprender novas habilidades. Ao longo de toda a trilogia, ele vai aos poucos se tornando mais forte, mas mesmo em seu auge suas falhas nunca o abandonam por completo.

Ser um personagem tão falho e, ao mesmo tempo, tão capaz de continuar lutando, foi o que o tornou tão memorável ao público. Mesmo em anos mais recentes, nos quais o personagem já se encontra mais velho, não foram os seus fracassos que desanimaram o público, mas sim a sua recusa em voltar à luta. Algo que ele inclusive redimiu ao final de sua jornada. Luke sempre teve muitos defeitos que o tornaram simpático ao público, mas a sua vontade de lutar por algo em que ele acredita é uma enorme motivação para o público que o assiste, tornando-o inspirador independente da situação.

JOHN MCCLANE

Às vezes, para ser o mocinho da história, só é preciso estar no lugar errado e na hora errada. Esse parece ser o caso de John McClane, policial experiente que só queria voltar para casa, se desculpar com sua mulher e ter um natal tranquilo. Mas é claro que os terroristas que invadiram o Nagatomi Plaza naquele mesmo dia não iriam deixá-lo simplesmente sair de lá. Bom... azar para os terroristas.

John McClane se espreme pelos dutos de ventilação para escapar ddos criminosos de Hans Gruber.

O primeiro Duro de Matar se tornou icônico por evitar exageros e se manter simples. É a história de um homem que volta a Los Angeles para tentar reconquistar sua esposa na noite de Natal, apenas para se ver preso no prédio quando o grupo terrorista liderado por Hans Gruber decide assaltar o local. Policial perito, McClane inicia seu próprio jogo de gato e rato com os bandidos, atraindo um por um para suas armadilhas bem pensadas e lidando com eles aos poucos até que seus números se tornem reduzidos o bastante para a situação ser controlada. Suas habilidades são extraordinárias e suas tramas são divertidamente bem pensadas, ao mesmo tempo em que não diminuem a ameaça dos terroristas fazendo-os parecerem imbecis incompetentes.

Mas o que de fato conquista o público no primeiro filme não são apenas as cenas de ação e de tiroteio, mas a maneira como McClane é construído como personagem. Isso porque, ao contrário de outros protagonistas de filmes de ação, McClane não é mostrado como um homem invencível, capaz de sobreviver a situações absurdas, mas sim como um homem bastante capacitado, embora ainda assim frágil. É nos momentos de vulnerabilidade, nos quais ele reconhece seus erros e suas feridas, que McClane conquista o público e nos faz torcer por ele, um homem comum capaz de se ferir e de morrer, e que está fazendo de tudo para resgatar sua esposa e sair de lá vivo com todos os reféns. Uma pena que as continuações do filme destruíram esse lado do personagem.

SARAH CONNOR

Quando falamos de O Exterminador do Futuro, existe uma divergência interessante. Por um lado, a história sempre aponta para John Connor como o grande herói da história. No entanto, ao longo da narrativa do filme, é sua mãe, Sarah Connor, quem lida com os maiores perigos na sua busca para proteger aquele que seria a esperança da humanidade. E, em se tratando de resolver problemas e ameaças do futuro, poucas coisas são mais poderosas do que uma mãe lutando desesperadamente para proteger o seu filho.

Sarah Connor observa seu filho enquanto se prepara para lançar um ataque contra a Skynet.

Quando o primeiro Exterminador voltou ao passado, Sarah não era nada além de uma jovem garçonete, lutando para conquistar o seu dia-a-dia sem pensar muito no futuro distante. Salva por Kyle Reese, um soldado do futuro, ela vai de uma garota assustada que não entende nada do que está ocorrendo a uma lutadora feroz, capaz de enfrentar situações realmente assustadoras para proteger seu filho, John, das ameaças do futuro. Uma mulher que descobriu ao longo de anos como lutar e como se preparar para o inevitável fim do mundo.

Este é o lado mais trágico da personagem. Ela sabe que sua luta não salvará a humanidade. Para ela, o futuro já está trilhado, e sua importância está em manter John, a esperança do futuro, vivo. Apesar de ver no retorno das máquinas a possibilidade de mudança do futuro, ela não consegue enxergar como, e se mantém presa a essa jornada que a torna uma lutadora implacável ao mesmo tempo em que a faz ser uma pessoa bastante perturbada e atormentada. Não é à toa que, quando um novo exterminador aparece e lhe diz que há uma pequena chance de mudar o futuro que tanto a aterroriza, ela abraça essa pequena oportunidade com todas as suas forças.

JAMES BOND

Quando a simples menção de seu nome se torna a sua frase de efeito mais memorável, você sabe que atingiu o mais alto patamar entre os mocinhos do cinema. No caso de James Bond, seu nome já foi repetido por seis atores diferentes, em mais de vinte e cinco filmes ao longo de sessenta anos. Atingir esse patamar enquanto permanece como um dos personagens mais reconhecidos do cinema é um feito que apenas um personagem extremamente bem construído dentro de seu gênero.

O Agente 007 James Bond, vivido por Daniel Craig

Construído dentro de uma ideologia bastante específica, 007 foi o agente de espionagem mais conhecido do cinema por décadas, travando batalhas de astúcia e inteligência contra vilões megalomaníacos e poderosos que desejavam destruir o mundo de maneiras exageradas ou simplesmente enriquecer ainda mais e obter um poder enorme sobre o mundo. Em vários casos, os planos desses vilões eram, a bem da verdade, bastante ridículos. Esse traço cômico se tornou uma parte reconhecida do personagem, desde seus acessórios até a maneira como ele escapava das situações de aperto, e foi em parte o motivo de o personagem ter tido seus momentos de crise através de sua longa existência.

James Bond, no entanto, conseguiu sobreviver a esses momentos através de seu carisma, habilidade de prever problemas, capacidade de luta e diversos outros aspectos que o levaram a derrotar seus mais notórios vilões ao longo de sessenta anos. Foram também esses traços que o levaram a conquistar um imenso número de mulheres em seus filmes, uma das características mais marcantes da franquia, mesmo em seus anos mais recentes.

SUPERMAN

É provável que não haja herói maior do que o super-herói supremo. E, seja na pele de Christopher Reeves ou de Henry Cavill, o Superman sempre será um símbolo máximo de esperança e uma das maiores, se não a maior, influência da cultura pop de todos os anos, moldando toda uma geração de heróis que perdura até hoje e criando uma subcultura própria que engloba cada vez mais gente.

Superman, vivido por Christopher Reeves, voa pelos ares.

Desde seu início, Superman se tornou um ícone a ser seguido. Um alienígena que escapa de seu planeta à beira da destruição e para na Terra, onde começa a nutrir um sentimento de empatia e compaixão pelos humanos enquanto descobre a extensão de seus poderes. Uma vez tendo controle sobre eles, ele se dedica a proteger os humanos que tanto ama, combatendo desde vilões terráqueos até ameaças vindas do espaço, aliando-se a outros heróis da Terra e tornando-se seu símbolo de justiça e liderança. Superman sempre possui essa aura de excelência, o homem capaz de tudo, com poderes extraordinários e que os usa para o bem, seja enfrentando uma ameaça destrutiva e sacrificando-se em nome da humanidade, seja impedindo uma corporação de colocar suas mãos em poderes extraterrestres, ou simplesmente fazendo a Terra girar ao contrário para evitar a morte de um ente querido.

Pode-se dizer que tal composição criou uma ideologia que foi imposta por décadas, e podemos discutir infinitamente sobre a influência positiva e negativa do Superman em nossa cultura. Mas o fato é que tal influência existe e é enorme. Do momento em que foi criado, esse super-herói supremo se tornou o modelo de ação e de moral para os protagonistas do cinema, da tv e dos quadrinhos. Um modelo que sofreu alterações e foi repensado ao longo de todas as suas décadas de existência, mas que continua a existir até os dias de hoje.

Heróis e protagonistas existem em todas as histórias do cinema. Eles são os personagens com os quais devemos nos conectar, aqueles cujas histórias acompanhamos e cujos feitos nos inspiram. Existem muitos outros grandes heróis no universo cinematográfico. E você? Qual o seu herói ou protagonista favorito?

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