Crítica

Crítica

Sonic 2... é exatamente o que se pode esperar de uma sequência de Sonic

7/4/2022

Mesmo com erros evitáveis, Sonic 2 propicia uma diversão familiar descompromissada enquanto expande o universo cinematográfico do ouriço veloz e introduz personagens clássicos aos filmes.

escrito por
Luis Henrique Franco

Mesmo com erros evitáveis, Sonic 2 propicia uma diversão familiar descompromissada enquanto expande o universo cinematográfico do ouriço veloz e introduz personagens clássicos aos filmes.

escrito por
Luis Henrique Franco
7/4/2022

Dois anos atrás, Sonic: O Filme surpreendeu a todos por ser uma adaptação de um jogo que obteve um resultado positivo para com o público. Valendo-se de uma história simples e de uma jornada de dois estranhos que se tornam amigos, o primeiro filme emplacou um bom sucesso e deixou claro que uma sequência iria ocorrer mais cedo ou mais tarde. Inevitável como foi, Sonic 2: O Filme finalmente chegou aos cinemas, levando todos a se perguntar: será que o raio consegue cair duas vezes no mesmo lugar?

Trocando a comédia de "viagem de amigos" do primeiro filme por uma trama mais explosiva de aventura, ação e necessidade de salvar o mundo, essa sequência peca por trazer elementos muito repetitivos do gênero. Depois de apresentar Sonic (voz de Ben Schwartz) vivendo sua vida em Green Hills, ao lado do casal humano Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter). É um começo interessante para retomar o filme original e mostrar como as coisas evoluíram para os personagens. No caso, Sonic se tornou um ser superpoderoso, e agora luta para superar sua imaturidade e entender quando e como usar seus poderes. Em meio a isso, ele é surpreendido pelo retorno de Robotnik (Jim Carrey) e de seu novo parceiro Knuckles (voz de Idris Elba).

Sonic carrega o seu poder para enfrentar os vilões

A partir desse ponto, o que um dia foi uma aventura menor e local, e por isso mais familiar e agradável, torna-se uma batalha para salvar o universo (mais uma que o cinema moderno nos proporciona). Salvo pela raposa Tails (voz de Colleen O'Shaughnessey), Sonic é informado de que Robotnik está atrás da Esmeralda Maior, um artefato cósmico com o poder de tornar tudo que o portador pensa em realidade, e que poderia ser usada para dominar o universo. Juntos, Sonic e Tails partem para encontrar tal artefato antes que seja tarde demais.

Tails, grande amigo de Sonic, voa com suas caudas-hélice.

Como muitos filmes de aventura com essa premissa de um artefato de poder imensurável, Sonic 2 possui um roteiro pouco inspirado, que fornece informações importantes através de algumas exposições longas, além de fornecer respostas cruciais de maneira gratuita e de uma forma que levanta ainda mais questões. Por exemplo, por que depois de tantos anos com o mapa de Garralonga na mão, só agora a mensagem da coruja se revelou para Sonic? Qual o evento que levou o mapa com as coordenadas da Esmeralda se revelar nesse exato momento, além do fato de ser algo necessário para a trama? Esse é apenas um dos pontos que o roteiro coloca na história sem muita explicação, seja porque é algo conveniente ou para causar algum choque ou surpresa momentânea.

A história também é bastante previsível, repetindo vários clichês já esperados e um desenvolvimento batido, com inúmeras piadas que, apesar de até terem graça no contexto do filme (nem sempre), tornam-se facilmente datadas por serem baseadas em referências a outros filmes, danças ou situações populares nos dias atuais, mas que podem perder seu efeito em alguns anos, quando muito.

Os efeitos especiais também são um problema. Não que eles estejam próximos da aberração que foi a primeira versão do primeiro filme, mas para um filme que depende tanto de efeitos especiais para criar seus personagens principais, o filme muitas vezes deixa transparecer uma certa falta de capricho no acabamento de algumas cenas. Sim, são três animais super coloridos de efeitos especiais que não têm intenção nenhuma de parecerem realistas. Mas em muitas cenas os efeitos parecem inacabados, apressados ou simplesmente malfeitos, especialmente em alguns momentos nas quais dois dos personagens conversam entre si.

Sonic e Knuckles se enfrentam pela emeralda.

E, mesmo com todos esses problemas, Sonic 2 ainda consegue ser um filme divertido e que pode agradar como uma sessão-família, apresentando temas de amizade, responsabilidade e união de uma maneira simples e não muito complexa para um público mais jovem. E não é como se o filme não fosse engraçado. De fato, existe vários de seus momentos que propiciam boas risadas, especialmente nas relações entre os personagens.

Por falar neles, as relações entre os personagens é um ponto bastante positivo do filme. Ben Schwartz continua irritante na voz de Sonic, mas garante o charme imaturo e bobalhão do personagem. Além disso, a jornada do personagem é bastante envolvente e sua relação com Tails realmente desenvolve seu senso de responsabilidade de uma maneira convincente e não forçada. É fantástico o trabalho que foi posto nessa relação, chegando a evitar alguns clichês como a decepção e a separação no começo do terceiro ato. Tails, na realidade, é um grande personagem que evita o clichê do novato desastrado e medroso por uma personalidade tímida a princípio, mas que logo mostra seu valor através da sua inteligência e criatividade.

Sonic curte um filme ao lado do cachorro da família.

Já Knuckles é um personagem sofrido de se aguentar em certos pontos, por repetir sempre o discurso do guerreiro que precisa provar seu valor e que tem uma missão de grande importância, blá blá blá... Mas o filme dedica também parte de seu tempo para aprofundar o personagem, dar-lhe uma motivação mais íntima e pessoal e aproximá-lo de Sonic de uma forma inesperada. Tudo isso somado a uma dublagem que o torna uma forte presença no filme, tanto nos momentos cômicos quanto nos sérios. Eu não sei o que levou Idris Elba a aceitar um papel desses, mas ainda bem que ele o fez.

Knuckles, o equidna vermelho, novo antagonista de Sonic

Já entre os personagens humanos, o destaque é mais uma vez de Jim Carrey. Dessa vez, seu Robotnik está muito mais enlouquecido, fazendo o ator se soltar muito mais no personagem, se dedicando a extravagâncias que combinam com o estado atual de Robotnik e o tornam muito mais engraçado. Em alguns pontos, o ator comete exageros demais em nome de algumas piadas que não emplacam, mas sua performance no geral é constantemente insana e perfeita para um cientista louco que passou quase um ano se alimentando de cogumelos.

Jim Carrey como o vilão Robotnik

No fim, Sonic 2 possui erros e não é nem de longe o mais inspirado dos filmes. Mesmo entre as produções-pipoca, comete erros que outros filmes já evitam há muito tempo, enquanto se contenta com clichês esperados que o tornam um pouco decepcionante. Dito isso, não é a pior das sequências já feitas, ainda conseguindo divertir como um filme familiar sem grandes pretensões. Com erros e com acertos, ainda é um longa que entende bem o que é... um divertimento descompromissado.

Tom (James Marsden dá conselhos a Sonic em um barco no meio de um lago.

O filme chegou aos cinemas brasileiros no dia 07 de abril.

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Sonic 2: O Filme

Sonic 2: O Filme

Direção: 
Criação:
Roteirista 1
Roteirista 2
Roteirista 3
Diretor 1
Diretor 2
Diretor 3
Elenco Principal:
Ator 1
Ator 2
Ator 3
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Mesmo com erros evitáveis, Sonic 2 propicia uma diversão familiar descompromissada enquanto expande o universo cinematográfico do ouriço veloz e introduz personagens clássicos aos filmes.

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Luis Henrique Franco
7/4/2022

Dois anos atrás, Sonic: O Filme surpreendeu a todos por ser uma adaptação de um jogo que obteve um resultado positivo para com o público. Valendo-se de uma história simples e de uma jornada de dois estranhos que se tornam amigos, o primeiro filme emplacou um bom sucesso e deixou claro que uma sequência iria ocorrer mais cedo ou mais tarde. Inevitável como foi, Sonic 2: O Filme finalmente chegou aos cinemas, levando todos a se perguntar: será que o raio consegue cair duas vezes no mesmo lugar?

Trocando a comédia de "viagem de amigos" do primeiro filme por uma trama mais explosiva de aventura, ação e necessidade de salvar o mundo, essa sequência peca por trazer elementos muito repetitivos do gênero. Depois de apresentar Sonic (voz de Ben Schwartz) vivendo sua vida em Green Hills, ao lado do casal humano Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter). É um começo interessante para retomar o filme original e mostrar como as coisas evoluíram para os personagens. No caso, Sonic se tornou um ser superpoderoso, e agora luta para superar sua imaturidade e entender quando e como usar seus poderes. Em meio a isso, ele é surpreendido pelo retorno de Robotnik (Jim Carrey) e de seu novo parceiro Knuckles (voz de Idris Elba).

Sonic carrega o seu poder para enfrentar os vilões

A partir desse ponto, o que um dia foi uma aventura menor e local, e por isso mais familiar e agradável, torna-se uma batalha para salvar o universo (mais uma que o cinema moderno nos proporciona). Salvo pela raposa Tails (voz de Colleen O'Shaughnessey), Sonic é informado de que Robotnik está atrás da Esmeralda Maior, um artefato cósmico com o poder de tornar tudo que o portador pensa em realidade, e que poderia ser usada para dominar o universo. Juntos, Sonic e Tails partem para encontrar tal artefato antes que seja tarde demais.

Tails, grande amigo de Sonic, voa com suas caudas-hélice.

Como muitos filmes de aventura com essa premissa de um artefato de poder imensurável, Sonic 2 possui um roteiro pouco inspirado, que fornece informações importantes através de algumas exposições longas, além de fornecer respostas cruciais de maneira gratuita e de uma forma que levanta ainda mais questões. Por exemplo, por que depois de tantos anos com o mapa de Garralonga na mão, só agora a mensagem da coruja se revelou para Sonic? Qual o evento que levou o mapa com as coordenadas da Esmeralda se revelar nesse exato momento, além do fato de ser algo necessário para a trama? Esse é apenas um dos pontos que o roteiro coloca na história sem muita explicação, seja porque é algo conveniente ou para causar algum choque ou surpresa momentânea.

A história também é bastante previsível, repetindo vários clichês já esperados e um desenvolvimento batido, com inúmeras piadas que, apesar de até terem graça no contexto do filme (nem sempre), tornam-se facilmente datadas por serem baseadas em referências a outros filmes, danças ou situações populares nos dias atuais, mas que podem perder seu efeito em alguns anos, quando muito.

Os efeitos especiais também são um problema. Não que eles estejam próximos da aberração que foi a primeira versão do primeiro filme, mas para um filme que depende tanto de efeitos especiais para criar seus personagens principais, o filme muitas vezes deixa transparecer uma certa falta de capricho no acabamento de algumas cenas. Sim, são três animais super coloridos de efeitos especiais que não têm intenção nenhuma de parecerem realistas. Mas em muitas cenas os efeitos parecem inacabados, apressados ou simplesmente malfeitos, especialmente em alguns momentos nas quais dois dos personagens conversam entre si.

Sonic e Knuckles se enfrentam pela emeralda.

E, mesmo com todos esses problemas, Sonic 2 ainda consegue ser um filme divertido e que pode agradar como uma sessão-família, apresentando temas de amizade, responsabilidade e união de uma maneira simples e não muito complexa para um público mais jovem. E não é como se o filme não fosse engraçado. De fato, existe vários de seus momentos que propiciam boas risadas, especialmente nas relações entre os personagens.

Por falar neles, as relações entre os personagens é um ponto bastante positivo do filme. Ben Schwartz continua irritante na voz de Sonic, mas garante o charme imaturo e bobalhão do personagem. Além disso, a jornada do personagem é bastante envolvente e sua relação com Tails realmente desenvolve seu senso de responsabilidade de uma maneira convincente e não forçada. É fantástico o trabalho que foi posto nessa relação, chegando a evitar alguns clichês como a decepção e a separação no começo do terceiro ato. Tails, na realidade, é um grande personagem que evita o clichê do novato desastrado e medroso por uma personalidade tímida a princípio, mas que logo mostra seu valor através da sua inteligência e criatividade.

Sonic curte um filme ao lado do cachorro da família.

Já Knuckles é um personagem sofrido de se aguentar em certos pontos, por repetir sempre o discurso do guerreiro que precisa provar seu valor e que tem uma missão de grande importância, blá blá blá... Mas o filme dedica também parte de seu tempo para aprofundar o personagem, dar-lhe uma motivação mais íntima e pessoal e aproximá-lo de Sonic de uma forma inesperada. Tudo isso somado a uma dublagem que o torna uma forte presença no filme, tanto nos momentos cômicos quanto nos sérios. Eu não sei o que levou Idris Elba a aceitar um papel desses, mas ainda bem que ele o fez.

Knuckles, o equidna vermelho, novo antagonista de Sonic

Já entre os personagens humanos, o destaque é mais uma vez de Jim Carrey. Dessa vez, seu Robotnik está muito mais enlouquecido, fazendo o ator se soltar muito mais no personagem, se dedicando a extravagâncias que combinam com o estado atual de Robotnik e o tornam muito mais engraçado. Em alguns pontos, o ator comete exageros demais em nome de algumas piadas que não emplacam, mas sua performance no geral é constantemente insana e perfeita para um cientista louco que passou quase um ano se alimentando de cogumelos.

Jim Carrey como o vilão Robotnik

No fim, Sonic 2 possui erros e não é nem de longe o mais inspirado dos filmes. Mesmo entre as produções-pipoca, comete erros que outros filmes já evitam há muito tempo, enquanto se contenta com clichês esperados que o tornam um pouco decepcionante. Dito isso, não é a pior das sequências já feitas, ainda conseguindo divertir como um filme familiar sem grandes pretensões. Com erros e com acertos, ainda é um longa que entende bem o que é... um divertimento descompromissado.

Tom (James Marsden dá conselhos a Sonic em um barco no meio de um lago.

O filme chegou aos cinemas brasileiros no dia 07 de abril.

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Crítica

Mesmo com erros evitáveis, Sonic 2 propicia uma diversão familiar descompromissada enquanto expande o universo cinematográfico do ouriço veloz e introduz personagens clássicos aos filmes.

escrito por
Luis Henrique Franco
7/4/2022
nascimento

Mesmo com erros evitáveis, Sonic 2 propicia uma diversão familiar descompromissada enquanto expande o universo cinematográfico do ouriço veloz e introduz personagens clássicos aos filmes.

escrito por
Luis Henrique Franco
7/4/2022

Dois anos atrás, Sonic: O Filme surpreendeu a todos por ser uma adaptação de um jogo que obteve um resultado positivo para com o público. Valendo-se de uma história simples e de uma jornada de dois estranhos que se tornam amigos, o primeiro filme emplacou um bom sucesso e deixou claro que uma sequência iria ocorrer mais cedo ou mais tarde. Inevitável como foi, Sonic 2: O Filme finalmente chegou aos cinemas, levando todos a se perguntar: será que o raio consegue cair duas vezes no mesmo lugar?

Trocando a comédia de "viagem de amigos" do primeiro filme por uma trama mais explosiva de aventura, ação e necessidade de salvar o mundo, essa sequência peca por trazer elementos muito repetitivos do gênero. Depois de apresentar Sonic (voz de Ben Schwartz) vivendo sua vida em Green Hills, ao lado do casal humano Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter). É um começo interessante para retomar o filme original e mostrar como as coisas evoluíram para os personagens. No caso, Sonic se tornou um ser superpoderoso, e agora luta para superar sua imaturidade e entender quando e como usar seus poderes. Em meio a isso, ele é surpreendido pelo retorno de Robotnik (Jim Carrey) e de seu novo parceiro Knuckles (voz de Idris Elba).

Sonic carrega o seu poder para enfrentar os vilões

A partir desse ponto, o que um dia foi uma aventura menor e local, e por isso mais familiar e agradável, torna-se uma batalha para salvar o universo (mais uma que o cinema moderno nos proporciona). Salvo pela raposa Tails (voz de Colleen O'Shaughnessey), Sonic é informado de que Robotnik está atrás da Esmeralda Maior, um artefato cósmico com o poder de tornar tudo que o portador pensa em realidade, e que poderia ser usada para dominar o universo. Juntos, Sonic e Tails partem para encontrar tal artefato antes que seja tarde demais.

Tails, grande amigo de Sonic, voa com suas caudas-hélice.

Como muitos filmes de aventura com essa premissa de um artefato de poder imensurável, Sonic 2 possui um roteiro pouco inspirado, que fornece informações importantes através de algumas exposições longas, além de fornecer respostas cruciais de maneira gratuita e de uma forma que levanta ainda mais questões. Por exemplo, por que depois de tantos anos com o mapa de Garralonga na mão, só agora a mensagem da coruja se revelou para Sonic? Qual o evento que levou o mapa com as coordenadas da Esmeralda se revelar nesse exato momento, além do fato de ser algo necessário para a trama? Esse é apenas um dos pontos que o roteiro coloca na história sem muita explicação, seja porque é algo conveniente ou para causar algum choque ou surpresa momentânea.

A história também é bastante previsível, repetindo vários clichês já esperados e um desenvolvimento batido, com inúmeras piadas que, apesar de até terem graça no contexto do filme (nem sempre), tornam-se facilmente datadas por serem baseadas em referências a outros filmes, danças ou situações populares nos dias atuais, mas que podem perder seu efeito em alguns anos, quando muito.

Os efeitos especiais também são um problema. Não que eles estejam próximos da aberração que foi a primeira versão do primeiro filme, mas para um filme que depende tanto de efeitos especiais para criar seus personagens principais, o filme muitas vezes deixa transparecer uma certa falta de capricho no acabamento de algumas cenas. Sim, são três animais super coloridos de efeitos especiais que não têm intenção nenhuma de parecerem realistas. Mas em muitas cenas os efeitos parecem inacabados, apressados ou simplesmente malfeitos, especialmente em alguns momentos nas quais dois dos personagens conversam entre si.

Sonic e Knuckles se enfrentam pela emeralda.

E, mesmo com todos esses problemas, Sonic 2 ainda consegue ser um filme divertido e que pode agradar como uma sessão-família, apresentando temas de amizade, responsabilidade e união de uma maneira simples e não muito complexa para um público mais jovem. E não é como se o filme não fosse engraçado. De fato, existe vários de seus momentos que propiciam boas risadas, especialmente nas relações entre os personagens.

Por falar neles, as relações entre os personagens é um ponto bastante positivo do filme. Ben Schwartz continua irritante na voz de Sonic, mas garante o charme imaturo e bobalhão do personagem. Além disso, a jornada do personagem é bastante envolvente e sua relação com Tails realmente desenvolve seu senso de responsabilidade de uma maneira convincente e não forçada. É fantástico o trabalho que foi posto nessa relação, chegando a evitar alguns clichês como a decepção e a separação no começo do terceiro ato. Tails, na realidade, é um grande personagem que evita o clichê do novato desastrado e medroso por uma personalidade tímida a princípio, mas que logo mostra seu valor através da sua inteligência e criatividade.

Sonic curte um filme ao lado do cachorro da família.

Já Knuckles é um personagem sofrido de se aguentar em certos pontos, por repetir sempre o discurso do guerreiro que precisa provar seu valor e que tem uma missão de grande importância, blá blá blá... Mas o filme dedica também parte de seu tempo para aprofundar o personagem, dar-lhe uma motivação mais íntima e pessoal e aproximá-lo de Sonic de uma forma inesperada. Tudo isso somado a uma dublagem que o torna uma forte presença no filme, tanto nos momentos cômicos quanto nos sérios. Eu não sei o que levou Idris Elba a aceitar um papel desses, mas ainda bem que ele o fez.

Knuckles, o equidna vermelho, novo antagonista de Sonic

Já entre os personagens humanos, o destaque é mais uma vez de Jim Carrey. Dessa vez, seu Robotnik está muito mais enlouquecido, fazendo o ator se soltar muito mais no personagem, se dedicando a extravagâncias que combinam com o estado atual de Robotnik e o tornam muito mais engraçado. Em alguns pontos, o ator comete exageros demais em nome de algumas piadas que não emplacam, mas sua performance no geral é constantemente insana e perfeita para um cientista louco que passou quase um ano se alimentando de cogumelos.

Jim Carrey como o vilão Robotnik

No fim, Sonic 2 possui erros e não é nem de longe o mais inspirado dos filmes. Mesmo entre as produções-pipoca, comete erros que outros filmes já evitam há muito tempo, enquanto se contenta com clichês esperados que o tornam um pouco decepcionante. Dito isso, não é a pior das sequências já feitas, ainda conseguindo divertir como um filme familiar sem grandes pretensões. Com erros e com acertos, ainda é um longa que entende bem o que é... um divertimento descompromissado.

Tom (James Marsden dá conselhos a Sonic em um barco no meio de um lago.

O filme chegou aos cinemas brasileiros no dia 07 de abril.

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